Ex-militante do PAN denuncia assédio político e apresenta queixa contra Inês Sousa Real
Carolina Pia, ex-dirigente do PAN, formaliza queixa contra a atual porta-voz do partido, alegando perseguição política e assédio, após processo disciplinar contra si.

A antiga dirigente do PAN, Carolina Pia, apresentou uma queixa disciplinar contra Inês Sousa Real, atual porta-voz do partido, acusando-a de perseguição política e assédio. A denúncia foi enviada à Comissão Política Nacional (CPN), e segundo informações obtidas pela Lusa, a queixa foi rejeitada sem discussão prévia. Em contrapartida, o PAN afirma que a queixa foi analisada e considerada como uma "denúncia caluniosa".
De acordo com fontes do partido, Carolina Pia esteve sujeita a um inquérito disciplinar em maio, devido à sua não entrega da candidatura de Viseu a tribunal, o que teria causado prejuízos ao partido. Carolina Pia, por sua vez, criticou a liderança do PAN por não ter providenciado o apoio adequado para a elaboração dessa candidatura, alegando que a omissão foi deliberada e com o propósito de responsabilizá-la pelo fracasso eleitoral.
Em sua defesa, a ex-dirigente afirmou que a direção interveio apenas na última semana do processo de candidatura, momento em que já era impossível cumprir os prazos. Ela sustentou que a falta de apoio logístico deveria servir como "bode expiatório" para o desfecho das eleições. Carolina Pia ainda alega que Sousa Real e a direção do partido tinham pleno conhecimento dos documentos necessários para a apresentação da candidatura, mas optaram por não os submeter.
Após as eleições, Carolina Pia mencionou que Sousa Real teria tentado responsabilizá-la pelo resultado eleitoral, sugerindo que a falta da candidatura teve um impacto negativo significativo, o que ela considera infundado. Para reforçar seu caso, a ex-dirigente alega que a distrital de Viseu foi excluída dos processos de auscultação para as autárquicas deste ano, classificado por ela como uma atitude discriminatória.
Acusações adicionais incluíram comportamentos alegadamente hostis nas reuniões do partido, onde, segundo Carolina Pia, ocorreram episódios de violência verbal. Ela também afirmou que Sousa Real teria tentado influenciar de forma inadequada a votação da CPN relativa ao inquérito contra si.
Vários membros da CPN, consultados pela Lusa, confirmaram que a queixa de Carolina Pia não foi discutida na reunião de 14 de julho, sendo considerada infundada. Durante a mesma reunião, foi decidido que um processo disciplinar contra Carolina Pia deveria ser instaurado, devido à queixa contra a liderança do partido.
Em resposta às acusões de Carolina Pia, a direção do PAN declarou que estas são parte de uma "conduta caluniosa" e contradizem evidências documentais conhecidas pelos membros da CPN. A dirigente ex-militante, que foi cabeça de lista do PAN por Viseu nas eleições legislativas de 2024, demitiu-se da comissão política nacional do partido em maio, após as eleições.