Mariana Leitão assume liderança da IL com apelo à unidade e críticas ao Governo
Durante a convenção, Mariana Leitão foi eleita com 73% dos votos, enquanto Cotrim Figueiredo manifestou desejo de se candidatar às presidenciais, além de críticas à estratégia autárquica.

A Iniciativa Liberal (IL) realizou no sábado uma convenção significativa, onde Mariana Leitão foi eleita a nova líder do partido, tornando-se a primeira mulher a ocupar esta posição. Com 73% de aprovação e uma abstenção de 27%, Leitão subiu ao palco ao som de "Enter Sandman", da banda Metallica, e fez um apelo à unidade interna, convidando os membros a direcionarem o foco para o exterior.
No seu discurso inaugural, a nova presidente criticou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, por adotar medidas que parecem ter saído diretamente do programa do PS. "Trata-se de subsídios e promessas vazias, sem uma verdadeira coragem política ou reformas estruturais", afirmou, desafiando Montenegro a não ser uma mera cópia de António Costa.
Mariana Leitão também abordou a ascensão do Chega, descrevendo-o como "um novo socialismo à direita", e prometeu que a IL se tornará um partido "mais ideológico" e, potencialmente, "mais radical". A diferença na visão foi evidente quando o ex-líder João Cotrim Figueiredo se manifestou, preferindo uma abordagem menos ideológica e mais prática.
A sua disposição para se candidatar à Presidência da República foi outro dos pontos altos da convenção, embora tenha clarificado que a decisão final ainda não foi tomada e depende do apoio de outras entidades. Ele deixou claro que as conversas para tal candidatura são agora possíveis.
Durante a convenção, os participantes debateram várias moções, incluindo uma que defende um feminismo liberal e outra crítica à atual direção da IL, que, segundo Filipe Mendonça, se afastou demasiado do centro. A moção aprovada por 17 setores destaca a necessidade de um partido mais ativo na defesa de direitos e no combate ao discurso de ódio.
Uma crítica frequente por parte dos congressistas foi a estratégia de coligações para as eleições autárquicas previstas para 12 de Outubro. Além disso, várias moções sobre a lei da nacionalidade e a política externa foram discutidas e aprovadas, com um enfoque na importância da liberdade além-fronteiras."