PS reafirma legado histórico em resposta ao Chega
O líder do PS, José Luís Carneiro, defende a relevância histórica do partido frente ao Chega e expressa vontade de colaborar com o Governo em áreas fundamentais.

José Luís Carneiro, líder do Partido Socialista (PS), afirmou este sábado em Baião, no distrito do Porto, que o PS tem um legado muito anterior ao Chega, sublinhando que a comparação entre ambos é "incomparável". “Estamos muito à frente. Estamos aqui desde antes do 25 de Abril. Recordo que os nossos fundadores viveram na clandestinidade e enfrentaram perseguições. Mário Soares e outros lutaram pela liberdade que hoje temos”, argumentou Carneiro ao ser questionado sobre a ascensão do Chega.
O líder socialista enfatizou que não gostaria de comparar o PS com o Chega. Em resposta às preocupações sobre a possibilidade de o PS estar a perder influência em relação ao Governo, Carneiro revelou que já manifestou ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, a intenção do PS de ser uma oposição firme e alternativa.
Carneiro mencionou também áreas de potencial colaboração, como a Defesa e a criação de uma unidade de coordenação para emergências hospitalares. “Não pedi nenhum ganho com isso”, sublinhou. A proposta já foi enviada a Montenegro e deverá ser apresentada como um projeto de resolução no parlamento.
Recentemente, em entrevista à CNN Portugal, o líder do PS expressou a sua vontade em trabalhar com o Governo em diversas áreas, incluindo Justiça, Defesa e política externa. Criticou ainda certas decisões que podem comprometer o legado da política externa histórica conjunta entre PS, PSD e CDS.
A entrevista aconteceu após um debate do Estado da Nação, caracterizado por tensão e que abordou vários assuntos, como o alargamento do subsídio de deslocação para professores e os apoios a pensionistas. Luís Montenegro reconheceu a necessidade de progresso, mas comprometeu-se a não perder tempo nesta legislatura.
O debate culminou com Carlos Abreu Amorim, Ministro dos Assuntos Parlamentares, a criticar a dificuldade em alcançar acordos com o PS. Durante a sessão, Montenegro afirmou não estar ciente do "acordo de princípio" mencionado por Carneiro, em referência a declarações de André Ventura, líder do Chega, sobre um entendimento com a AD em relação à lei da nacionalidade.
Após o debate, Carneiro destacou a necessidade de Montenegro esclarecer sua posição sobre o acordo mencionado, reiterando a importância do diálogo em questões cruciais.