Rui Rio defende abordagem séria à imigração e à saúde no debate do Estado da Nação

No dia em que ocorre o debate sobre o Estado da Nação, Rui Rio participou numa entrevista à Rádio Renascença, expressando a sua preocupação com a diminuição da relevância destes encontros, que, segundo ele, têm-se limitado a discutir questões de caráter "populista" em detrimento de uma análise mais profunda sobre o futuro do país.

“Os debates que temos têm sido superficiais e muitas vezes tendenciosos. A urgência é termos uma discussão genuína sobre os constrangimentos que o país enfrenta no seu desenvolvimento e quais os objetivos que devemos traçar a 10, 15 ou 20 anos”, referiu o antigo líder do PSD, sublinhando a necessidade de um "debate focado no futuro da Nação".

Sobre o tema da imigração, Rui Rio mostrou-se cauteloso, mas revelou apoio à recente alteração na lei dos Estrangeiros aprovada no Parlamento. “O rumo que o Governo está a seguir é o que deve ser seguido. A imigração deve ser abordada como um processo que, no seu sentido positivo, beneficia tanto o imigrante como o país. É um negócio vantajoso”, declarou, fazendo questão de realçar que a matéria deve ser discutida com prudência.

Rio também enfatizou que a abordagem sobre a imigração não deve ser condicionada por ideologias políticas. “Não se trata de seguir as agendas de um ou outro partido. Precisamos de fazer o que é melhor para o país. A lógica de que, por ser defendido pelo Chega ou PCP, não podemos apoiá-lo, é pouco sensata”, afirmou.

Relativamente à saúde, Rui Rio manifestou reservas quanto à ideia de transferir o Serviço Nacional de Saúde (SNS) para a esfera privada. “Defendo uma colaboração do setor privado, mas isso não implica que o SNS esteja mal a ponto de depender do privado para tudo”, explicou.

Na mesma conversa, Rio alertou que é necessário dar tempo para que as reformas implementadas pelo Governo se traduzam em resultados claros. Referindo-se à reforma do Estado, sublinhou que “não se faz numa só legislatura” e apelou a um debate mais ponderado, reconhecendo as condições e conhecimentos do ministro para conduzir mudanças significativas.