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Tentativa de Assassínio em Madrid Relacionada com o Regime Iraniano

Justiça espanhola processa oito indivíduos por tentativa de homicide de um ex-dirigente político, alegadamente em alerta ao governo espanhol e à UE.

há 3 horas
Tentativa de Assassínio em Madrid Relacionada com o Regime Iraniano

A justiça espanhola está prestes a iniciar o julgamento de oito pessoas implicadas na tentativa de assassínio de Alejo Vidal-Quadras, um ex-dirigente do Partido Popular e do Vox, ocorrida em Madrid a 9 de novembro de 2023. Este ataque, segundo informações do juiz Santiago Pedraz da Audiência Nacional, visava vingar a luta política de Vidal-Quadras a favor da resistência iraniana, além de servir como aviso à Espanha e à União Europeia contra o acolhimento de movimentos que o regime iraniano considera terroristas.

No despacho datado de 9 de julho, que foi obtido pela Lusa, os acusados enfrentam charges de pertença a uma organização criminosa e tentativa de homicídio terrorista. Vidal-Quadras, de 80 anos, foi alvejado na face e o autor do ataque fugiu de moto, tendo embora sido apanhado posteriormente nos Países Baixos, após uma breve estadia em Portugal.

A investigação destaca o histórico de Vidal-Quadras no apoio à oposição iraniana, especialmente durante o seu tempo como eurodeputado e vice-presidente do Parlamento Europeu, onde se destacou pelo ativismo em defesa de grupos como os 'Mujahidines' do Povo (MEK). O juiz assinala que a sua advocacia resultou em mudanças significativas, como a retirada do MEK da lista de organizações terroristas da União Europeia, um movimento que salvou muitos dos seus membros do campo de refugiados no Iraque.

O atentado foi supostamente encomendado pelos acusados, que estavam ligados a uma rede de apoio ao regime iraniano, cujo alvo era uma figura proeminente na oposição. Depois do ataque, o regime iraniano emitiu uma advertência ao governo espanhol, insinuando sérias consequências para qualquer apoio ao descontentamento contra a sua autoridade.

O juiz observou que o Irão tem uma estratégia de operações clandestinas para perseguir e eliminar dissidentes em várias nações, incluindo investigações atualmente em curso nos Países Baixos, Dinamarca e Reino Unido. Dos oito acusados, a maioria está sob custódia na Espanha, à exceção de Sami Bekal Bounouare, o alegado organizador do ataque, desaparecido e supostamente no Irão. Bounouare, nascido em Espanha, possui antecedentes criminais associados a homicídios de ativistas e foi anteriormente detido por tráfico de drogas.

Embora não haja uma data definida para o início do julgamento, as autoridades continuam a preparar os casos. Vidal-Quadras, que sofreu consequências físicas do ataque, reiterou a sua acusação ao regime iraniano pela tentativa de assassínio.

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