Venezuelanos deportados de El Salvador regressam a Caracas após troca

Na passada sexta-feira, mais de 200 venezuelanos, anteriormente detidos no Centro de Confinamento de Terroristas (Cecot) em El Salvador, chegaram a Caracas. Esta situação resultou de um acordo entre o governo de Nicolás Maduro e as autoridades norte-americanas.

Os detidos, que estavam sob custódia desde março, foram acusados pela administração do então presidente Donald Trump de terem ligações a organizações criminosas. Na sua defesa, as famílias dos venezuelanos contestaram essas alegações, afirmando que não tiveram oportunidade de se defender em tribunal.

“É inacreditável. Sinto-me em choque”, disse Angie Rios, casada com um dos detidos. A situação culminou com a celebração de Maduro ao anunciar a chegada dos 252 venezuelanos libertados, revelando que, em troca, entregou aos EUA um grupo de supostos terroristas.

O presidente venezuelano enfatizou que os seus compatriotas não cometeram qualquer crime em El Salvador, sendo na verdade vítimas de sequestro sem um processo judicial justo. Maduro agradeceu a aliados, incluindo o Papa Leão XIV, por terem contribuído para a libertação disputada. Ele também expressou a sua indignação face às condições a que os detidos estavam sujeitos, mencionando torturas e fome.

Por outro lado, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, confirmou que todos os venezuelanos detidos foram devolvidos ao seu país, e que os seus regresso foi facilitado por aviões enviados pela Venezuela. Neste mesmo contexto, o governo dos EUA anunciou a libertação de 10 cidadãos norte-americanos detidos na Venezuela como parte de um acordo que, além disso, poderá resultar também na liberação de cerca de 80 prisioneiros políticos venezuelanos – embora o governo da Venezuela tenha reportado apenas ações de detenção “alternativas”.