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MDM exige fim da triagem telefónica na linha SNS Grávida após tragédia no Barreiro

O Movimento Democrático de Mulheres pede ao Governo a revogação da triagem telefónica, responsabilizando-o pela degradação dos serviços de saúde materna após a perda de um bebé por uma mulher do Barreiro.

há 6 horas
MDM exige fim da triagem telefónica na linha SNS Grávida após tragédia no Barreiro

O Movimento Democrático de Mulheres (MDM) responsabiliza o Governo pelas insuficiências nos serviços de ginecologia e obstetrícia, solicitando a suspensão da pré-triagem telefónica na linha SNS Grávida.

Em comunicado, o MDM rejeita a ideia de culpar os profissionais de saúde ou a desorganização dos serviços, afirmando que a verdadeira questão reside na falta de condições adequadas para o funcionamento dos mesmos.

O movimento menciona o caso recente de uma mulher do Barreiro que perdeu o seu bebé após ter sido encaminhada para o hospital de Cascais, destacando a "degradação grave e contínua" do Serviço Nacional de Saúde (SNS), particularmente aos serviços de urgência em obstetrícia.

Além da escassez de profissionais, o MDM critica o cumprimento de horas extraordinárias de forma excessiva e a ausência de equipamentos e instalações apropriadas, alertando que "nenhum serviço pode resistir a este cenário de desinvestimento e desgaste". Responsabiliza ainda o Governo por ignorar os direitos das mulheres grávidas ao acesso à saúde.

Em resposta a esta situação, o MDM propõe várias ações, incluindo a "revogação imediata" da triagem telefónica obrigatória, que considera conter falhas e atrasar o acesso a cuidados urgentes essenciais.

O movimento pede também um reforço dos recursos humanos e materiais nas maternidades, a valorização das carreiras e salários dos profissionais, a expansão do número de vagas e um processo de contratação mais ágil nas especialidades de ginecologia/obstetrícia, anestesia, psicologia e pediatria, além de uma maior cobertura em neonatologia em mais regiões.

Concluindo, o MDM afirma: "Exigimos que o SNS tenha os meios necessários para garantir a segurança das mulheres e prevenir desfechos trágicos que, em muitos casos, poderiam ser evitados".

Sobre o incidente da grávida do Barreiro, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, assegurou que "não houve uma deficiência" no atendimento, na classificação ou no encaminhamento da paciente para o hospital apropriado.

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