Nissan planeia emitir obrigações de mais de 3 mil milhões de euros

A Nissan, em busca de fortalecer a sua situação financeira, anunciou a intenção de emitir obrigações não garantidas e não subordinadas, com um valor total que atinge aproximadamente quatro mil milhões de dólares, ou seja, mais de 3,4 mil milhões de euros.

De acordo com a agência Reuters, esse plano faz parte de um termo de compromisso que envolve a venda de obrigações com maturidades de cinco, sete e dez anos, sendo que o montante mínimo para cada uma dessas emissões será de 750 milhões de dólares. Além disso, a Nissan também prevê a emissão de obrigações em euros com maturidades de quatro e oito anos, com valores mínimos de 500 milhões de euros cada, assim como 150 mil milhões de ienes, cerca de 880 milhões de euros, em obrigações convertíveis a seis anos.

A empresa japonesa enfrenta um período turbulento, que se agrava com pedidos a fornecedores para o adiamento de pagamentos, visando uma melhor gestão do capital a curto prazo. Em março, a Nissan registou um prejuízo líquido de 4,5 mil milhões de dólares (aproximadamente 3,8 mil milhões de euros) e as vendas continuam a cair, exacerbadas pela limitada atualização dos seus modelos.

Recentemente, a Nissan tomou a difícil decisão de despedir cerca de 250 colaboradores nas suas operações no Reino Unido no âmbito de um programa de rescisões voluntárias. A reestruturação anunciada implicará a redução da força de trabalho em 15% a nível global, com o encerramento de sete fábricas.

A Fitch, agência de rating, baixou a classificação da Nissan para 'BB', referindo que a fabricante tem uma posição "moderadamente mais fraca" em comparação com concorrentes como a Ford e os grupos General Motors e Stellantis, destacando um "perfil de crédito" inferior ao de fabricantes classificados na faixa 'BBB'. No entanto, a Fitch também sinaliza que a baixa alavancagem da Nissan e a manutenção de uma posição de caixa líquida robusta são pontos positivos que a diferenciam de outros actores do sector.