Aceleração nas Negociações Comerciais entre a UE e EUA é Prioridade

A Comissão Europeia reiterou hoje que a urgência nas negociações com os Estados Unidos é crucial para resolver a guerra tarifária que afeta as relações comerciais entre os dois blocos. O comissário da Economia, Valdis Dombrovskis, afirmou que "quanto mais rapidamente se alcançar um acordo, melhor", sublinhando que um adiamento até agosto poderia oferecer "um pouco mais de tempo" para prosseguir as discussões.

"Temos mantido o foco no prazo de 09 de julho, mas parece que os EUA alteraram o prazo para 1 de agosto", acrescentou Dombrovskis durante uma conferência de imprensa após a reunião dos ministros das Finanças da União Europeia, o Ecofin. Segundo ele, houve avanços nas negociações nas últimas semanas, com duas reuniões realizadas na semana passada.

Dombrovskis destacou a necessidade de eliminar a incerteza associada a tarifas, ao afirmar que estão a ser realizados progressos nas negociações políticas e técnicas. As suas declarações surgem um dia antes do prazo informal estabelecido pelos Estados Unidos para a conclusão de um acordo comercial que previna a imposição de tarifas punitivas que podem chegar a 50% sobre produtos europeus.

Entretanto, o secretário do Comércio dos EUA revelou que as tarifas recíprocas sobre importações, suspensas até agora, entrarão em vigor a partir de 1 de agosto. O comissário europeu manifestou que a prioridade continua a ser "encontrar uma solução negociada com os Estados Unidos" para evitar uma nova escalada nas tensões comerciais que, segundo ele, já estão a impactar as economias e decisões de investimento.

Informações de fontes comunitárias indicam que ainda não houve "comunicação clara" dos Estados Unidos sobre o adiamento das tarifas. As tensões comerciais entre as duas partes surgem na sequência das declarações do Presidente Donald Trump, que anunciou a imposição de taxas sobre o aço, alumínio e automóveis europeus, além de tarifas recíprocas que foram suspensas temporariamente.

A Comissão Europeia, responsável pela política comercial na UE e apoiada por países como Portugal, continua a defender uma abordagem cautelosa, propondo tarifas zero para bens industriais nas negociações com Washington. Neste momento,1500 mil milhões de euros em exportações da UE para os EUA estão sob a alçada das novas tarifas desde a posse da nova administração americana.

Estatísticas indicam que a taxa média de direitos aduaneiros dos EUA é agora superior àquela observada na década de 1930, enquanto a UE e os Estados Unidos mantêm um volume comercial que atinge 1,5 biliões de euros, tornando-se o maior entre parceiros comerciais a nível global.