Afastamento de ex-candidato em Espinho gera controvérsia interna no PSD
Ricardo Sousa denuncia que a estrutura nacional do PSD, liderada por Luís Montenegro, o excluiu da corrida por motivos pessoais, desrespeitando a escolha da concelhia.

Ricardo Sousa, que foi cabeça de lista do PSD em Espinho, revelou hoje que a sua retirada da corrida eleitoral se deve a um "ajuste de contas pessoal" orquestrado por Luís Montenegro, atual líder do partido. Segundo o ex-candidato, a decisão da estrutura nacional ignorou completamente a posição da concelhia local.
O afastamento de Sousa ocorre após o PSD nacional ter tomado a frente do processo eleitoral, apresentando Jorge Ratola como o novo candidato. Ricardo Sousa, que já foi unanimemente escolhido pela sua concelhia em novembro de 2024 e confirmado em fevereiro, afirma que este ato é inédito em Espinho, onde a vontade local sempre foi respeitada.
“Sinto que a decisão do partido é uma vingança que visa a minha eliminação política”, afirma Sousa, que lembrou que o PSD não deve ser utilizado como um instrumento de conflitos pessoais. Ele aponta a escolha de Ratola como uma violação dos princípios democráticos, já que a sua candidatura foi baseada em critérios objetivos e reconhecidos por todos os militantes.
Ricardo Sousa, com uma longa trajetória política, incluindo cargos de autarca e deputado, defende que o procedimento iniciado pela estrutura do PSD lesiona a confiança nas decisões locais e prejudica a relação do partido com outras forças políticas, como a IL e o CDS-PP. Ele critica o fato de que, mesmo em tempos de crise, o partido não se esforça para manter uma posição forte e independente na política local.
Em resposta ao que considera uma falta de transparência, Sousa requereu à Comissão Política Nacional esclarecimentos sobre a sua exclusão e a ata da reunião que resultou nesta decisão. “Queremos perceber quais foram as bases que sustentaram este desvio da vontade das bases”, conclui.
Com as eleições agendadas para 12 de outubro, já foram anunciadas as candidaturas de Jorge Ratola pelo PSD, Pilar Gomes pela CDU, Luís Canelas pelo PS e Maria Manuel Cruz como independente, complicando ainda mais o cenário político em Espinho.