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Al Jazeera e CPJ alertam para a crise de fome em Gaza

O CPJ e a Al Jazeera uniram-se a mais de 100 organizações humanitárias para exigir o fim da fome na Faixa de Gaza, que afeta jornalistas e civis.

24/07/2025 00:00
Al Jazeera e CPJ alertam para a crise de fome em Gaza

O Comité de Proteção dos Jornalistas (CPJ) e a Al Jazeera juntaram forças hoje com mais de uma centena de agências humanitárias para lançar um apelo urgente pelo fim da fome que afeta tanto civis como jornalistas na Faixa de Gaza, alegadamente provocada por Israel.

A diretora regional do CPJ, Sara Qudah, afirmou que “Israel está a provocar fome aos jornalistas de Gaza em silêncio. Não estamos apenas a falar de repórteres, mas de testemunhas na linha da frente, abandonadas quando os meios de comunicação internacionais são expulsos e têm a entrada negada”.

“É imperativo que o mundo atue agora: protegê-los, alimentá-los e permitir que recuperem, enquanto outros jornalistas avançam para realizar as reportagens necessárias. A nossa resposta a estes 650 dias de bravura não pode ser simplesmente deixá-los morrer à fome”, acrescentou Qudah.

Na terça-feira, o CPJ divulgou uma série de vídeos intitulada “Vozes de Gaza”, onde jornalistas palestinianos compartilham as duras condições que enfrentam no terreno. A Al Jazeera também fez um apelo à comunidade internacional, exigindo medidas que ponham fim à “fome forçada” que afeta toda a população da Faixa de Gaza, incluindo aqueles que arriscam as suas vidas para relatar os eventos.

Segundo a Al Jazeera Media Network, a situação é crítica e requer uma resposta urgente por parte da comunidade jornalística, das organizações que defendem a liberdade de imprensa e das instituições jurídicas. O diretor-geral da Al Jazeera, Mostefa Souag, enfatizou a necessidade de amplificar as vozes dos jornalistas em Gaza, sublinhando que a inação da comunidade global seria uma traição aos princípios fundamentais do jornalismo.

Desde outubro de 2023, pelo menos cinco jornalistas da Al Jazeera foram mortos no conflito, revelando o risco extremo enfrentado por aqueles que cobrem a situação em Gaza.

Hoje, mais de 100 organizações internacionais e locais advertiram que a fome está a afetar 2,1 milhões de pessoas na Faixa de Gaza, criticando a gestão da ajuda humanitária, que é controlada por Israel e pelos Estados Unidos através da Fundação Humanitária para Gaza (GHF).

As ONG como Médicos Sem Fronteiras, Save the Children e Oxfam alertaram que os trabalhadores humanitários estão também a passar por graves dificuldades, arriscando a vida para se alimentarem e sustentar as suas famílias.

Em agosto de 2024, um ministro israelita, Bezalel Smotrich, afirmou que “matar dois milhões de palestinianos à fome poderia ser justificado e moral”, enquanto um outro, Itamar Ben-Gvir, apoiou o bombardeamento de armazéns alimentares. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrenta um mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional, emitido a 21 de novembro de 2024, por utilizar a fome como instrumento de guerra.

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