Ataques na RDCongo causam 54 mortes de civis em Oicha
Um ataque brutal no nordeste da República Democrática do Congo resultou na morte de pelo menos 54 civis, de acordo com fontes locais. O grupo responsável são as Forças Democráticas Aliadas (ADF).

Pelo menos 54 civis perderam a vida em uma série de ataques violentos na comuna de Oicha, situada na província de Kivu do Norte, no nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo). Os ataques, que ocorreram entre 6 e 9 de julho, são atribuídos às Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo rebelde com laços ao Estado Islâmico.
Philippe Bonane, relator adjunto da sociedade civil na área de Beni, que inclui Oicha, confirmou que "todas as vítimas eram residentes rurais". Bonane disse que, desde quinta-feira, têm sido descobertos cada vez mais corpos, com alguns já em decomposição e enterrados no local. Ele mencionou que só no sábado foram contabilizados 54 cadáveres.
Além disso, há 15 pessoas feridas a receberem tratamento no hospital de Oicha, que enfrenta uma sobrecarga na sua morgue.
Jean de Dieu Kibwana, presidente da comuna, também confirmou os ataques, mas não avançou com números de fatalidades. "Reconhecemos os ataques dos rebeldes, mas apelamos à população para manter a confiança na coligação de exércitos que tem enfraquecido as ADF", afirmou.
Os ataques por parte das ADF ocorreram em retaliação a bombardeamentos realizados por forças congolesas e ugandesas sobre as posições do grupo. Com origem em Uganda, as ADF operam atualmente nas províncias de Kivu do Norte e Ituri, e costumam aterrorizar a população local.
As autoridades de Uganda também acusam as ADF de perpetrar ataques em seu território. Em novembro de 2021, forças armadas do Uganda e da RDCongo iniciaram uma operação militar conjunta contra o grupo.
Embora os especialistas do Conselho de Segurança da ONU não tenham encontrado evidências de um apoio direto do Estado Islâmico às ADF, os Estados Unidos designaram o grupo como "uma organização terrorista" desde março de 2021. Desde 1998, a região leste da RDCongo enfrenta uma crise prolongada devido a mais de 100 grupos rebeldes e à ação do exército congolês, mesmo com a presença da missão de paz da ONU (MONUSCO).