Economia

Aumento de 5% nas despesas familiares em saúde ligado ao setor privado

Famílias portuguesas viram despesas em saúde crescer 5% em 2023, impulsionadas principalmente por gastos em hospitais e clínicas privadas, revela o INE.

03/07/2025 13:05
Aumento de 5% nas despesas familiares em saúde ligado ao setor privado

Segundo a Conta Satélite da Saúde 2024, as famílias aumentaram as suas despesas em saúde em 5% no ano de 2023, com uma notável subida de 12,6% nos gastos com hospitais privados. Os prestadores de serviços de cuidados de saúde continuados, enquanto atividade secundária, registaram um aumento de 11,7%. As despesas com outras vendas de bens médicos subiram 8% e com prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório cresceram 6,5%.

Em contrapartida, o INE observou uma redução de 4,8% nas despesas familiares com farmácias, com destaque para a diminuição na compra de equipamentos de proteção individual (EPI), desinfetantes e testes rápidos de antigénio.

Os dados também indicam que o financiamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dos Serviços Regionais de Saúde (SRS) aumentou 3,6% em 2023, uma desaceleração quando comparado com o crescimento de 6,8% registado em 2022. O aumento dos custos com pessoal, particularmente relacionado com a valorização das carreiras dos enfermeiros e a prorrogação do regime de trabalho suplementar dos médicos em serviços de urgência, levou a um crescimento de 8,4% nos hospitais públicos.

A despesa com serviços de saúde contratados a entidades convencionadas nas áreas de internamento e reabilitação teve um impacto significativo nos aumentos registados no setor privado. A despesa com prestadores públicos de cuidados de saúde em ambulatório caiu 14,5%, devido à diminuição dos custos associados ao processo de vacinação contra a covid-19.

O INE também indicou um ligeiro decréscimo de 2,1% nas despesas em farmácias, refletindo a supressão da comparticipação dos testes rápidos de antigénio. Para 2024, as previsões apontam para um crescimento na despesa corrente de agentes como as sociedades de seguros (17,3%) e do SNS e SRS (10,2%), enquanto se estima uma perda de importância relativa nas despesas familiares em saúde, com uma redução prevista de 1,1 pontos percentuais.

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