Política

Bloco de Esquerda em Loures pede paragem de demolições e critica autarquia por insensibilidade

O BE de Loures pede a cessação imediata das demolições e denuncia a falta de humanismo da câmara socialista em relação aos residentes vulneráveis.

há 4 horas
Bloco de Esquerda em Loures pede paragem de demolições e critica autarquia por insensibilidade

A Comissão Coordenadora de Loures do Bloco de Esquerda (BE) fez uma forte exigência para a "suspensão imediata" de todas as demolições no município, acusando o executivo camarário do PS de manifestar "insensibilidade" e "falta de humanismo".

No comunicado dos bloquistas, é mencionado que "exigimos [...] a suspensão de todas as demolições que não contem com soluções adequadas de realojamento". Esta declaração surge no seguimento das demolições executadas hoje, onde cerca de 30 das 64 casas autoconstruídas no Bairro do Talude Militar foram derrubadas, com novos trabalhos agendados para a próxima terça-feira, conforme confirmou uma fonte da autarquia à agência Lusa.

Segundo o BE, as demolições representam "um ataque severo aos direitos dos cidadãos mais vulneráveis do concelho e uma clara violação da dignidade humana". Eles criticam a falta de diálogo com a comunidade afetada e a ausência de assistência social durante o processo, considerando que tais ações evidenciam a dureza de uma administração que prioriza a exibição de poder em detrimento da resolução de questões sociais.

A secção do BE em Loures caracterizou este episódio como uma "lamentável manobra eleitoral" do PS, comparando a sua abordagem à política agressiva da extrema-direita. "A desresponsabilização contínua por parte da autarquia, que passa a responsabilidade para o Governo, evidência insensibilidade e falta de humanismo que marcam a administração do PS em Loures", acrescenta a nota.

O Bloco de Esquerda condena com veemência a operação, que perpetua a "lógica do despejo como abordagem à habitação". Após o início das demolições às 12:00, o ambiente no Bairro do Talude Militar foi tenso, com a presença da PSP, e a atividade terminou por volta das 16:00, como a Lusa pôde observar no local.

Conforme informações da Câmara Municipal de Loures, as demolições afetaram 64 habitações, onde residiam 161 pessoas, incluindo 62 crianças, que agora se veem obrigadas a encontrar alternativas habitacionais.

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