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BRICS criticam sanções económicas unilaterais e defendem cooperação internacional

Na cimeira do BRICS no Rio, líderes expressam preocupação com tarifas unilaterais e suas consequências, apelando à eliminação de práticas prejudiciais ao comércio global.

06/07/2025 19:50
BRICS criticam sanções económicas unilaterais e defendem cooperação internacional

No decorrer da cimeira anual do BRICS, realizada no Rio de Janeiro, os líderes deste grupo de economias emergentes manifestaram a sua oposição às "sanções económicas" e à "imposição de medidas coercivas unilaterais", referindo-se às tarifas aplicadas pelo governo dos EUA.

A condenação das sanções surge numa declaração conjunta após a primeira sessão plenária, intitulada "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável". Os chefes de Estado e do Governo expressaram preocupação com o aumento de medidas tarifárias que distorcem o comércio global e que são incompatíveis com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Embora não tenham mencionado diretamente os Estados Unidos, o grupo, que inclui o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e mais recentemente a África do Sul e outros seis países, ressaltou que as sanções económicas unilaterais têm efeitos negativos abrangentes sobre os direitos humanos, afetando negativamente o direito ao desenvolvimento, à saúde e à segurança alimentar.

Adicionalmente, alertaram que tais restrições têm um impacto desproporcional sobre as populações mais vulneráveis, acentuando a exclusão digital e agravando os desafios ambientais.

Com a representação de mais de 40% da população global e cerca de 35% do PIB mundial, os BRICS apelaram à eliminação dessas práticas ilegais, que minam o direito internacional e os princípios expressos na Carta das Nações Unidas. O grupo reafirmou o seu compromisso em não apoiar sanções não autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU.

Na cimeira, que decorre com a ausência notável do presidente russo Vladimir Putin, substituído por videoconferência, e do líder chinês Xi Jinping, que será representado pelo primeiro-ministro Li Qiang, os chefes de Estado discutirão temas cruciais, como a reforma das organizações internacionais e o combate à fome e à pobreza.

As sessões plenárias abordarão também a necessidade de revisão das participações no Banco Mundial e um reforço da representação dos países em desenvolvimento nas instituições financeiras globais, incluindo a necessária reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Os líderes estão ainda preparados para denunciar o aumento das medidas protecionistas unilaterais e reiterar a importância do uso de moedas locais no comércio entre os membros do bloco.

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