Mundo

Lula propõe reformas estruturais no FMI e OMC durante cimeira dos BRICS

Na cimeira dos BRICS, Lula da Silva apelou a mudanças no FMI e na OMC, enfatizando a necessidade de um modelo de desenvolvimento mais justo e o reforço da cooperação entre países em desenvolvimento.

06/07/2025 23:35
Lula propõe reformas estruturais no FMI e OMC durante cimeira dos BRICS

O presidente do Brasil, Lula da Silva, destacou hoje na cimeira dos BRICS, que decorre no Rio de Janeiro, a necessidade de reformar instituições financeiras globais como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC).

Durante a abertura da segunda sessão plenária do evento, Lula expressou que "o poder de voto dos países do BRICS no FMI deveria refletir, no mínimo, 25% e não os atuais 18%", reforçando assim a voz das economias emergentes no seio internacional.

O líder brasileiro acusou as estruturas do Banco Mundial e do FMI de perpetuarem um "Plano Marshall ao contrário", em que as economias em desenvolvimento financiam as já desenvolvidas. "O financiamento internacional diminuiu enquanto o custo da dívida dos países mais pobres aumentou", alertou.

No que diz respeito à OMC, o presidente brasileiro defendeu que "é urgente reformar" esta instituição, uma vez que a sua paralisia e a intensificação do protecionismo estão a criar desigualdades insustentáveis para os países em desenvolvimento.

Numa reunião anterior que aconteceu também no Rio de Janeiro, os ministros das Finanças e os presidentes dos bancos centrais dos BRICS lançaram um apelo responsabilidade e urgência para promover reformas no FMI e no Banco Mundial, assim como fomentar o financiamento climático.

Os responsáveis pela economia dos 11 países membros do BRICS enfatizaram a necessidade de um desenvolvimento mais justo, realçando que, apesar do grupo representar quase metade da população mundial, 40% do PIB e um quarto do comércio global, "é vital fazer mais" para que os benefícios da globalização sejam partilhados de forma equitativa.

Além disso, destacaram o importante papel do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS (NDB) na captação de recursos e na implementação de projetos de desenvolvimento sustentável, com o intuito de reduzir desigualdades.

O grupo BRICS, que se formou inicialmente com Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, aumentou a sua adesão com a entrada de seis novos membros: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia, e anunciou recentemente a adesão da Colômbia e do Uzbequistão.

#ReformaGlobal #DesenvolvimentoSustentável #BRICS2023