Canoagem Portuguesa clama por apoio financeiro após êxitos notáveis
Presidente da Federação Portuguesa de Canoagem destaca a necessidade de financiamento à altura dos resultados excepcionais obtidos, especialmente nas competições europeias.

Ricardo Machado, dirigente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC), expressou a sua gratidão pelo voto de louvor da Assembleia da República (AR) em reconhecimento pelos “resultados brilhantes” obtidos nos últimos Europeus. No entanto, sublinhou que é fundamental que este reconhecimento venha acompanhado de um suporte financeiro adequado.
“Nos últimos 10 anos, o número de atletas federados aumentou quase 50%, e temos alcançado resultados desportivos impressionantes. Contudo, esse progresso não se reflete em aumentos no financiamento, que permanece estagnado, o que se agrava ainda mais pela crescente inflação”, observou Machado.
As declarações surgiram à margem da cerimónia de entrega do voto de louvor, que contou com a presença do presidente da AR, José Pedro Aguiar-Branco. Este elogiou o "trabalho de excelência" da FPC e mencionou que, com mais apoio, os atletas portugueses podem competir ao mais alto nível internacional.
Entre os sucessos referidos, destaque para as medalhas conquistadas por Fernando Pimenta, Gustavo Gonçalves, João Ribeiro, Messias Baptista e Pedro Casinha nos Europeus de canoagem de velocidade e paracanoagem, realizados em Racice, na República Checa, onde Portugal arrecadou várias medalhas, incluindo ouro e prata.
Machado frisou que a canoagem tem produzido consistentemente grandes talentos que têm demonstrado potencial competitivo. “É incompreensível que um desporto que apresenta tamanha evolução não receba o devido incentivo financeiro”.
O presidente da federação lamentou que os valores do financiamento tenham permanecido praticamente os mesmos ao longo da última década, enquanto as despesas, como viagens e alojamento, têm aumentado significativamente.
Na recente cimeira com a ministra do Desporto, Margarida Balseiro Lopes, esta assumiu a intenção do governo em rever o modelo de financiamento, que, segundo Machado, tem sido baseado em dados históricos. “É crucial que a fórmula seja transparente e auditável, e que os critérios sejam claros. Caso contrário, parece que não vale a pena esforçar-se para ter mérito”, concluiu.