Política

"Chega preocupa-se com estratégia de diálogo do Governo"

O líder do Chega elogia a abertura do Governo em questões de imigração, mas adverte que o diálogo deve ser exclusivo entre as partes para garantir a estabilidade.

há 5 horas
"Chega preocupa-se com estratégia de diálogo do Governo"

Em declarações à agência Lusa, antecipando o debate sobre o estado da nação agendado para quinta-feira, na Assembleia da República, o líder da bancada do Chega, Pedro Pinto, expressou a sua preocupação com a actual situação do país, que caracteriza como "não estando bem". No entanto, assinalou que o Governo apresenta uma "maior disponibilidade" para dialogar com o Chega, especialmente nas questões relacionadas com a imigração.

Pedro Pinto acredita que o "Governo tenta ir um pouco a reboque do Chega", considerando isso um "bom sinal", que indica que as propostas do partido liderado por André Ventura estão a contribuir para o "funcionamento e progresso do país".

Contudo, fez questão de enfatizar que o executivo deve escolher entre o Chega e o PS para estabelecer um diálogo produtivo, uma vez que considera que os dois partidos se encontram em "postos totalmente opostos" e que essa escolha é crucial para a estabilidade governamental.

Referindo-se à recente aprovação pela PS de uma descida do IRS proposta pelo Governo, Pedro Pinto afirmou que acordos deste tipo não são viáveis com o Chega, que defende uma "baixa radical de impostos". "O PSD pode sentir mais dificuldade em negociar connosco do que com o PS, pois com os socialistas as reduções de impostos muitas vezes não são sentidas pelos cidadãos", acrescentou.

O presidente da bancada do Chega ainda mencionou a problemática da saúde no país, nomeadamente a resposta do INEM e dos serviços de urgência, como uma questão prioritária para que o Governo aborde no parlamento. "O PSD comprometeu-se a resolver esses problemas no primeiro ano do mandato; passaram 14 meses e a situação permanece sem solução", frisou.

Pedro Pinto criticou igualmente a lentidão da justiça, enfatizando que "a justiça não pode operar desta maneira" e que é necessária uma reforma para que seja mais célere. Insistia também na importância de apresentar soluções eficazes para o combate à corrupção.

O debate sobre o estado da nação que se aproxima será o primeiro desde a posse do XXV Governo Constitucional e contará com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do restante governo.

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