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Cimeira dos BRICS no Rio de Janeiro: Oportunidade para reforçar o multilateralismo

O Rio de Janeiro recebe a cimeira dos líderes do BRICS, com foco na reforma de instituições globais e promoção da cooperação em tempos de crise.

há 7 horas
Cimeira dos BRICS no Rio de Janeiro: Oportunidade para reforçar o multilateralismo

A cimeira de líderes do grupo BRICS teve início hoje na vibrante cidade do Rio de Janeiro, momento que marca a ambição das economias emergentes em reformar instituições internacionais e defender a importância do multilateralismo.

O embaixador Mauricio Lyrio, que orienta as discussões nesta conferência, destacou que, "em tempos de crises internacionais e conflitos que se multiplicam, é essencial que um conjunto de países reforce a diplomacia e a cooperação para resolver problemas globais, em vez de contribuir para a destruição".

A cimeira conta com a presença de aproximadamente 30 países e cerca de 9 organizações internacionais. O presidente brasileiro, Lula da Silva, lidera as reuniões, juntamente com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e o presidente angolano, João Lourenço, além do secretário-geral da ONU, António Guterres. Contudo, as ausências de líderes como o chefe de Estado russo e o chinês são notáveis.

Vladimir Putin, que está a ser processado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), deverá intervir apenas por videoconferência, enquanto o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, representarão os seus países no evento.

As discussões de hoje incluem duas sessões plenárias, uma centrada na "Paz e Segurança e Reforma da Governança Global" e a outra a tratar do "Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Económico-Financeiros e Inteligência Artificial". Durante esta última, deverão ser abordadas a revisão das participações acionárias no Banco Mundial, o realinhamento de quotas no FMI, o aumento da representação dos países em desenvolvimento em instituições financeiras internacionais, bem como a reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Adicionalmente, se espera que haja uma declaração conjunta sobre o aumento de medidas protecionistas unilaterais, em alusão às ações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e um apelo para fortalecer o uso de moedas locais no comércio entre os países do bloco.

No último dia da cimeira, a sessão plenária versará sobre "Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global".

Originalmente concebido como BRIC por um analista da Goldman Sachs, o grupo formou-se em 2009 com Brasil, Rússia, Índia e China, e expandiu-se para incluir a África do Sul em 2011. Hoje, o grupo conta com 11 países membros, incluindo o Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irão e Indonésia, tendo a Arábia Saudita sido convidada, embora ainda não tenha confirmado a sua adesão.

Para garantir a segurança do evento, o Brasil mobilizou cerca de 20 mil militares, incluindo caças, sistemas anti-drone e atiradores de elite. A operação de segurança, chamada de Comando Operacional Conjunto Redentor, envolverá 300 viaturas, 38 veículos blindados, 18 barcos e 8 helicópteros.

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