Política

Clamor por Responsabilidades Após Tragédia Durante Greve do INEM

Partidos exigem ação política após relatório do IGAS indica que morte ocorrida durante a greve poderia ter sido evitada. Debates sobre a ministra da Saúde e a gestão do INEM ganham destaque.

26/06/2025 11:20
Clamor por Responsabilidades Após Tragédia Durante Greve do INEM

O Chega e o Partido Socialista (PS) manifestaram, esta quarta-feira, a necessidade de consequências políticas após a divulgação do relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), que aponta que a morte de um homem durante a greve do INEM em novembro de 2024 poderia ter sido evitada.

Durante uma conferência de imprensa, após a reunião com o Governo no parlamento para discutir a data das próximas eleições autárquicas, o líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, afirmou que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, "não tem condições para permanecer" no cargo e criticou a sua continuidade no executivo desde as últimas legislativas.

"Anunciar no parlamento que assume responsabilidade não é suficiente. A verdadeira responsabilidade seria a ministra colocar o seu lugar à disposição e afastar-se deste Governo. Desde o princípio, dissemos que ela não deveria ter entrado", sublinhou.

O relatório do IGAS revela que a morte do utente poderia ter sido evitada se o socorro tivesse sido prestado num tempo considerado mínimo e razoável, permitindo a evacuação da vítima através de uma Via Verde Coronária para um hospital nas proximidades, onde ele poderia ter sido submetido a um procedimento de angioplastia coronária.

Pedro Delgado Alves, do PS, acrescentou que a falha significativa na gestão do Ministério da Saúde não pode passar "sem consequências" e expressou estranheza pelo silêncio do executivo até o momento. “É necessário que o Governo esclareça a população sobre o que aconteceu e se haverá consequências políticas”, questionou, dirigindo-se ao primeiro-ministro Luís Montenegro.

Delgado Alves também afirmou que o partido se pronunciará mais detalhadamente sobre o assunto após a análise do relatório.

Por sua vez, Paula Santos, do PCP, defendeu que existem responsabilidades políticas a serem assinaladas, enfatizando a necessidade de garantir que o INEM disponha dos meios e profissionais adequados para assegurar um socorro eficaz à população.

"Não podemos permitir que situações como esta se repitam. É vital ter os trabalhadores necessários para garantir a prontidão no socorro e a operacionalidade dos serviços de emergência", concluiu.

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