Comissão de Inquérito ao Apagão Energético em Risco de Chumbo

O parlamento português debate esta sexta-feira a proposta apresentada pelo partido Livre, que visa a criação de uma comissão de inquérito para investigar o apagão energético ocorrido a 28 de abril. No entanto, a iniciativa parece condenada ao insucesso, uma vez que tanto o PSD como o Chega já anunciaram que se opõem à sua aprovação.

O deputado Jorge Pinto, do Livre, destacou que o intuito da comissão é "apurar as causas do apagão, avaliar a preparação das entidades públicas para crises e a atuação das autoridades", sem o objetivo de atribuir culpas. Segundo Pinto, é fundamental perceber o que funcionou e o que não funcionou durante o incidente, para que se possam replicar modelos eficazes no futuro.

O deputado recordou as falhas de comunicação que ocorreram entre as lideranças partidárias e a Assembleia da República durante o apagão, sublinhando a necessidade de melhorias nas estruturas de resposta a crises. "Num cenário de maior gravidade, é inaceitável que a casa da democracia não consiga comunicar eficazmente", afirmou.

Para que a comissão possa ser estabelecida, o Livre precisa do apoio de uma maioria simples, algo que se torna difícil, dado que, nesta semana, PSD e Chega expressaram firmemente a sua intenção de votar contra a proposta. O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, já confirmou essa posição, enquanto o Chega critica a relevância da comissão, considerando a proposta "sem sentido".

Jorge Pinto manifestou a sua esperança de que os partidos, à esquerda e à direita, que se consideram democráticos apoiem a iniciativa, defendendo a importância de preparar o país para situações extremas. Em relação à postura do Chega, Pinto criticou a sua falta de compromisso com a melhoria das condições dos cidadãos, afirmando que a tentativa do partido de usar a comissão de inquérito para vantagens pessoais não surpreende.