Condições climáticas adversas intensificam incêndios em Trancoso
Ventos fortes e aumento da temperatura estão a provocar reacendimentos no concelho de Trancoso. A Proteção Civil mobiliza 451 operacionais para o combate ao fogo.

As condições meteorológicas no concelho de Trancoso, conforme previsto, agravaram-se, resultando em "reativações fortes" em quase todo o perímetro do incêndio em curso. Rui Conchinha, comandante operacional da sub-região de Portalegre, confirmou à agência Lusa que o dispositivo de combate está a agir com determinação para conter os reacendimentos.
"Neste momento, não há pontos críticos, pois os operacionais estão em plena atividade, dado o esforço acumulado ao longo dos últimos dias", afirmou o oficial.
De acordo com informações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), atualmente estão mobilizados para o combate ao fogo 451 operacionais, com o apoio de 146 viaturas e dois meios aéreos.
O incêndio começou no sábado na freguesia de Freches e já atingiu 11 das 21 freguesias do concelho, situado no distrito da Guarda.
Rui Conchinha expressou alguma preocupação para a tarde de hoje, dado o agravamento das condições climáticas. "A situação alterou-se por volta das 14:00. Temos vento moderado com variações, temperaturas elevadas e a humidade relativa continua muito baixa, o que pode dificultar a nossa atuação devido aos reacendimentos", detalhou.
O comandante acrescentou que no concelho vizinho de Aguiar da Beira, que está sob a supervisão do posto de comando em Trancoso, a situação encontra-se "mais estabilizada" neste início de tarde.
Segundo o EFFIS, que utiliza imagens de satélite do programa europeu Copernicus, a área ardida desde o início do incêndio já soma 13.741 hectares e se expandiu para além de Trancoso, afetando também os concelhos de Fornos de Algodres, Aguiar da Beira e Celorico da Beira.
Além disso, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) divulgou que desde o início do ano arderam em Portugal continental 63.247 hectares, sendo metade desta área consumida nas últimas três semanas. Este ano, a área ardida é nove vezes superior ao mesmo período do ano anterior e a segunda maior desde 2017.
Portugal encontra-se em alerta para o risco de incêndios rurais desde 2 de agosto, com vigência até ao final do dia de sexta-feira.