Deputado do PS contesta razões de demissão da direção de informação da RTP
Porfírio Silva afirma que justificações para a exoneração de António José Teixeira não se sustentam, após audição na Assembleia da República.

O deputado do Partido Socialista, Porfírio Silva, manifestou-se hoje em desacordo com as razões apresentadas pelo Conselho de Administração da RTP para a demissão de António José Teixeira, o ex-diretor de informação da estação, afirmando que tais justificações "não existem". Esta declaração foi feita após a audição do ex-diretor na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.
Durante a audiência, Teixeira reiterou que a sua exoneração, ocorrida em junho, foi fundamentada em argumentos de necessidade de "renovação" e "reestruturação" da direção. No entanto, Porfírio Silva contestou essas alegações, argumentando que os resultados da RTP3, o canal de informação, não são inferiores aos de épocas anteriores e mantêm-se competitivos em relação ao mercado.
"Ficou evidente, após revisão dos relatórios, que a RTP3 não teve uma queda de audiência", destacou Silva, sublinhando que a informação da RTP é maioritariamente veiculada na RTP1 e noutras plataformas.
O deputado ainda enfatizou três pontos principais que, na sua opinião, relevam a situação: a desvalorização da independência da informação pública pelo PSD, a irregularidade nos procedimentos legais do processo de demissão e a necessidade de uma melhor compreensão das verdadeiras motivações por detrás da exoneração de Teixeira.
O ex-diretor afirmou que é legítimo o ato do Conselho de Administração, referindo que "os mandatos não são eternos" e que foi informado da sua saída no dia 23 de junho, um dia antes da divulgação pública. Apesar disso, insistiu que as audiências da RTP3 se mantiveram estáveis nos últimos três anos.
O presidente da RTP, Nicolau Santos, quem assegurou que a decisão da demissão era uma competência exclusiva do Conselho, elogiou o trabalho de Teixeira, afirmando que "as empresas têm ciclos" e que a sua equipe realizou um trabalho "fantástico". No entanto, até ao momento, a audição do Conselho de Administração da RTP ainda não foi marcada.