Desafios à vista para a Tesla: Queda nas vendas pode atingir 8% em 2025
Apesar do crescimento do sector dos veículos elétricos, a Tesla poderá enfrentar um declínio acentuado nas vendas até ao fim do ano, com expectativas de uma quebra que ultrapassa os 11%.

A Tesla, mesmo com um mercado de veículos elétricos em expansão, parece seguir uma trajetória negativa. As previsões para o terceiro trimestre de 2025 indicam uma possível redução acentuada nas vendas, que poderá chegar aos 8% este ano.
De acordo com dados da agência Reuters, uma análise realizada pela Visible Alpha a 23 analistas apontou para a expectativa de vendas de 394.380 automóveis entre abril e junho. Este número refletiria uma descida superior a 11% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Esse declínio está em linha com uma redução de 13% no primeiro trimestre, que a empresa atribuiu à paragem na produção do Model Y, o seu SUV mais popular. Na Europa, a situação é ainda mais grave, com a Associação de Construtores Automóveis Europeus a reportar uma queda substancial de 27,9% nas vendas em maio face ao mesmo mês do ano anterior, marcando o quinto mês consecutivo de diminuição.
Os motivos para esta tendência incluem a controvérsia em torno da administração de Elon Musk, que integrou o governo Trump, o que gerou descontentamento entre potenciais consumidores. Adicionalmente, a concorrência chinesa tem vindo a ganhar terreno, oferecendo alternativas mais económicas ao Model Y.
Atualmente, a quota de mercado da Tesla no segmento de veículos elétricos diminuiu para 7,6% entre janeiro e maio, com analistas a preverem uma contínua degradação. Apesar das expectativas do CEO em relação a um crescimento de 20 a 30% até ao final do ano, as projeções exigiriam a venda de mais de um milhão de veículos entre julho e dezembro, um feito que, embora possível, seria um recorde desafiador.
Para mudar o rumo, a Tesla poderá lançar uma versão mais acessível do Model Y, com produção agendada para o fim de junho. Apesar das dificuldades, a empresa também está a inovar em outras áreas, como a recente iniciativa de testes de um serviço de robotáxi em Austin, nos EUA, e a primeira entrega totalmente autónoma a um cliente.
No entanto, a concorrência está a acirrar-se, com novos modelos como o Xiaomi YU7 a surgirem como potenciais rivais. Mais, a marca enfrenta agora uma situação complicada em França, onde foi convocada a cumprir com a legislação em resposta a alegações de práticas enganosas acerca das capacidades dos seus veículos autónomos.