Descoberta de corpo marca trágico desfecho na mina El Teniente

As equipas de resgate confirmaram hoje a descoberta dos restos mortais de um dos cinco mineiros que estavam desaparecidos desde quinta-feira na mina chilena El Teniente, a maior jazida subterrânea de cobre do mundo. Andrés Music, diretor-geral da mina localizada na região de O'Higgins, anunciou que os restos mortais foram encontrados na intersecção do 'Loop' central com o túnel norte, embora ainda não tenham sido identificados.

O acidente ocorreu devido a um desabamento gerado por um sismo de magnitude 4,2 na escala de Richter, que teve lugar a 500 metros de profundidade, resultando também em um morto e nove feridos, todos fora de perigo. A mina, que já foi palco de um famoso resgate em 2010 que salvou 33 mineiros, conta com tecnologia de geolocalização que permite saber onde se encontram os trabalhadores retidos, mas até ao momento não se conseguiu estabelecer contacto com os restantes cinco mineiros.

A operação de resgate, liderada pela estatal Codelco, envolve a remoção de rochas com equipamentos telecomandados, com o intuito de alcançar os mineiros ainda soterrados. Music lamentou a descoberta do corpo, mas assegurou que a estratégia seguida está a levar a equipa na direção correta em busca dos restantes mineiros.

A causa do sismo ainda permanece sob investigação, uma vez que o Ministério Público da região de O'Higgins está a analisar se este foi um fenómeno natural ou se está relacionado com as operações da Codelco. O Presidente do Chile, Gabriel Boric, reuniu-se com os familiares dos mineiros, afirmando que estão a ser feitos todos os possíveis para o resgate, utilizando a melhor tecnologia disponível.

Este trágico acidente é considerado o mais grave dos últimos 30 anos na mina El Teniente, cuja história data do período pré-hispânico. A mina, com mais de 4.500 quilómetros de túneis, é um testemunho da rica tradição da exploração de cobre na região.