Grupos armados palestinianos em confronto com nova milícia em Gaza
Movimentos armados palestinianos, incluindo Hamas e Jihad Islâmica, emitiram ameaças contra uma nova milícia liderada por Abu Shabab, após este admitir colaboração com Israel.

Vários grupos armados palestinianos, como o Hamas e a Jihad Islâmica, expressaram hoje a sua disposição para combater uma nova milícia palestiniana que opera na Faixa de Gaza, sob a liderança de Abu Shabab, que recentemente fez declarações sobre uma possível colaboração com Israel.
Este alerta foi emitido após Abu Shabab, em entrevista à rádio israelita Makan, ter reconhecido que poderia cooperar “a algum nível” com as autoridades israelitas. Em resposta, as facções armadas emitiram um comunicado conjunto, afirmando: “Não teremos misericórdia com nenhum deles, nem com quem apoia a ocupação. Serão considerados traidores e colaboradores”.
Os grupos armados dirigiram críticas a Abu Shabab, caracterizando-o como “um traidor a soldo”, que abandonou os princípios da nação palestiniana. Na nota, referem ainda que “foram completamente despojados da sua identidade palestiniana” e alertam que a sua aliança com Israel os tornará parasitas do inimigo.
Adicionalmente, Abu Shabab revelou que não hesitará em confrontar o Hamas, que incluiu a sua rendição como uma condição para um cessar-fogo com Israel, conforme noticiado pela agência de notícias Europa Press.
Nascido em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, Abu Shabab, de 32 anos, já tinha sido condenado pelo Hamas por tráfico de droga e, segundo o site Middle East Monitor, conseguiu escapar da prisão no início do conflito atual com Israel.
Recentemente, o diário israelita Maariv noticiou que Abu Shabab teria sido recrutado pelos serviços secretos de Israel para minar as operações do Hamas, que lançou um ataque a Israel a 7 de outubro de 2023, evento que iniciou a guerra em curso em Gaza.
O Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, confirmou que o seu governo financiou o grupo liderado por Abu Shabab, denominado “Forças Populares”, após críticas do deputado e ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman sobre o apoio do governo a "um bando de criminosos”.
O ataque do Hamas resultou em cerca de 1.200 mortos, majoritariamente civis, e mais de duzentos reféns. Em resposta, Israel lançou uma operação militar que, segundo autoridades de Gaza, já causou mais de 57 mil mortes e a destruição da maior parte das infraestruturas na região, deslocando forçadamente centenas de milhares de pessoas.
Israel, os Estados Unidos e a União Europeia consideram o Hamas uma organização terrorista.