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Grzegorz Braun, eurodeputado polaco, sob investigação por negar o Holocausto

O político de extrema-direita Grzegorz Braun enfrenta um inquérito na Polónia após negar os crimes de Auschwitz, gerando uma onda de críticas e condenações.

há 3 horas
Grzegorz Braun, eurodeputado polaco, sob investigação por negar o Holocausto

As autoridades polacas anunciaram hoje a abertura de um inquérito contra Grzegorz Braun, membro do partido de extrema-direita Confederação da Coroa Polaca (KKP), após o mesmo ter negado os crimes genocidas perpetrados contra os judeus no campo de extermínio de Auschwitz.

O procurador da Comissão para a Acusação de Crimes contra a Nação Polaca, em Cracóvia, deu início a uma investigação em resposta às declarações de Braun, que é o único eurodeputado do KKP no Parlamento Europeu. Em entrevista à rádio Wnet, Braun questionou a veracidade dos crimes de genocídio cometidos em Auschwitz durante o regime nazi.

O Instituto da Memória Nacional (IPN) da Polónia, que se dedica a investigar crimes de guerra e violações dos direitos humanos, sublinhou que as declarações de Braun podem ser consideradas uma ofensa ao abrigo da lei polaca, alertando para a gravidade das suas afirmações.

Adam Bodnar, procurador-geral da Polónia, comentou sobre as afirmações de Braun, classificando-as como "inaceitáveis, vergonhosas e intoleráveis", e destacou a importância de uma reação firme a estas negações públicas do Holocausto.

A investigação poderá resultar numa coima ou numa pena de prisão que pode atingir até três anos, segundo informações do IPN.

Grzegorz Braun, com 58 anos, já enfrentou acusações de antissemitismo no passado. Em 2023, ele protagonizou um episódio controverso ao apagar velas durante uma celebração judaica de Hanukkah no Parlamento Europeu com um extintor.

No dia 10 deste mês, Braun reiterou as suas opiniões, afirmando que "o assassínio ritual foi um facto" e desvalorizando as evidências históricas referentes a Auschwitz como uma "farsa". Esta declaração levou o jornalista que o entrevistava a terminar imediatamente a conversa.

As acusações de assassinato ritual contra os judeus, que surgiram durante a Europa medieval, são amplamente rejeitadas pelos historiadores, que apontam para a falta de qualquer fundamento legal ou histórico nas crenças que alimentaram a hostilidade em relação aos judeus.

Na Polónia, a negação da existência das câmaras de gás nazis é considerada não só uma expressão de antissemitismo, mas também um crime punível pela legislação vigente. Durante o período da ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial, as forças nazis assassinaram cerca de 1,1 milhões de pessoas no complexo de Auschwitz.

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