Incêndio em Aguiar da Beira gera apreensão no município

O presidente da Câmara Municipal de Aguiar da Beira, Virgílio Cunha, manifestou a sua inquietação face ao incêndio que está a consumir áreas nas freguesias de Eirado, Carapito e na União das Freguesias de Souto de Aguiar da Beira e Valverde. Em declarações à agência Lusa, o autarca afirmou estar presente na freguesia do Eirado e, no momento, ainda não é possível determinar se o incêndio em questão é uma ignição nova ou se se origina de Trancoso, uma vez que estão a ser feitas investigações.

Segundo Cunha, a situação é "muito crítica", especialmente por se tratar de uma zona densamente coberta por floresta e próxima de habitações. No entanto, informou que a situação em Gradiz, que antes era motivo de grande preocupação, mostrou sinais de melhoria, uma vez que "grande parte já ardeu e já não é tão alarmante".

O autarca previu uma noite agitada, referindo que "o vento tem estado forte durante toda a tarde, com variações tanto na direção como na intensidade, o que complica o combate às chamas". As suas expectativas, neste momento, não são muito encorajadoras.

Quando questionado sobre a possibilidade de evacuação de alguma localidade, Virgílio Cunha esclareceu que “esta questão não se coloca por enquanto”, mas destacou a necessidade de manter-se vigilante, dado que a situação pode mudar rapidamente.

De acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), desde o início do ano, Portugal já regista a devastação de 63.247 hectares, com metade a ocorrer nas últimas três semanas. Este ano, a área consumida pelo fogo é nove vezes superior à do mesmo período do ano passado e representa a segunda maior área ardida desde 2017.

O país está em alerta devido ao risco elevado de incêndios rurais desde 2 de agosto, sendo que o aviso se estende até ao final do dia de sexta-feira.