Investigação Europeia Aprofunda-se sobre a União Nacional de Marine Le Pen

A Procuradoria Europeia anunciou hoje o início de uma nova investigação focada no partido francês União Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen e Jordan Bardella. O porte-voz do organismo, que atua como Ministério Público da União Europeia, não forneceu detalhes adicionais para não comprometer o progresso da investigação.

Este inquérito surge no contexto de suspeitas de que o RN, em colaboração com os seus aliados do grupo Identidade e Democracia (ID), teria utilizado indevidamente mais de 4,3 milhões de euros entre 2019 e 2024. As alegações foram inicialmente levantadas num relatório do departamento financeiro do Parlamento Europeu, conhecido através da imprensa em julho.

O relatório, que foi explorado por veículos de comunicação como o 'Le Monde', 'Kontraste', Die Zeit e Falter, aponta que grandes quantias foram direcionadas a empresas ligadas a relações pessoais de Le Pen, incluindo o seu antigo assessor Frédéric Chatillon e a sua esposa Sighild Blanc. Estes indivíduos conseguiram contratos sem a realização de concurso, levantando sérias questões sobre a legalidade do processo.

Adicionalmente, a agência de comunicação e-Politic, supostamente responsável pela campanha de Marine Le Pen nas eleições presidenciais de 2017, teria recebido 1,7 milhões de euros através de um processo que, segundo as investigações, foi considerado meramente formal e repleto de irregularidades.

Outro ponto destacado no relatório diz respeito à empresa Unanime, que angariou mais de 1,4 milhões de euros em serviços de impressão, que foram subcontratados a um custo menor, implicando que o lucro pode ter superado os 260.000 euros.

Importa lembrar que Marine Le Pen já enfrenta complicações legais, tendo sido condenada num caso anterior relacionado com o uso de fundos europeus para financiar assessores do seu partido entre 2004 e 2016. Caso a decisão do tribunal de recurso, agendada para o verão de 2026, mantenha a condenação, Le Pen pode ver as suas aspirações de concorrer às presidenciais de 2027 severamente comprometidas.

Na semana passada, a líder da extrema-direita manifestou desconhecimento sobre esta nova investigação dirigida à sua estrutura política.