Investigadores de regresso a Vernet com novas pistas sobre o caso Émile
Após a detenção de familiares de Émile, a Gendarmaria intensifica investigações em Vernet, onde foram encontradas ossadas do menino. Revelações inquietantes surgem a cada nova descoberta.

As autoridades francesas estão a dar sequência a novas pistas relacionadas com o desaparecimento de Émile, um menino que sumiu em julho de 2023, sendo que os seus restos mortais foram encontrados em março deste ano. Desde a detenção de alguns familiares do menino em março, a Gendarmaria já se deslocou três vezes a Vernet, a localidade onde tudo aconteceu e onde as ossadas foram descobertas, segundo informações divulgadas pela tela da BMFTV.
A estação noticiária referiu que investigadores da secção de investigação de Marselha foram ao local para realizar análises científicas em busca de mais informações. Segundo um dos investigadores, "estamos a proceder a novas investigações para explorar novas pistas". A unidade que investiga o caso Émile mantém-se "ativa", com uma equipa dedicada de até 10 investigadores a trabalharem a tempo inteiro.
Num encontro com a imprensa realizado a 27 de março, o procurador Jean-Luc Blachon abordou os resultados preliminares da investigação, mencionando a existência de "ossos transportados" e "traumatismos faciais violentos", elementos que sugerem a possível intervenção de terceiros na trágica morte do menino. Além disso, uma linha de investigação relacionada à família permanece aberta e ativa.
Émile desapareceu no dia 8 de julho de 2023, enquanto brincava no jardim da casa dos avós maternos em Vernet, Alpes-de-Haute-Provence, onde a família se encontrava de férias. Após meses de buscas intensas, os restos mortais do menino foram finalmente encontrados em março de 2024.
No dia 8 de fevereiro deste ano, Émile foi enterrado em uma cerimónia onde os avós expressaram a sua gratidão a todos os que os apoiaram desde o início do caso. Eles pediram, em especial, aos juízes e investigadores que ajudassem a elucidar o que aconteceu ao menino. No entanto, a reviravolta ocorreu no mês seguinte, quando os avós e dois tios do menino foram detidos sob a suspeita de homicídio voluntário e ocultação de cadáver. Embora tenham sido libertados sem acusações formais, o seu envolvimento na investigação continua a ser analisado.
A origem das detenções remonta a escutas telefónicas da família, que revelaram conflitos familiares ocultos. Apesar da aparência de um clã unido diante da tragédia, as gravações mostravam divisões entre os pais de Émile e os avós, que tinham a responsabilidade de cuidar do menino no dia do seu desaparecimento.
Jean-Luc Blachon afirmou que "termina agora uma fase que diz respeito a essa pista, mas isso não quer dizer que essa linha de investigação esteja encerrada". Este ano também trouxe outro triste episódio, com o suicídio do padre que batizou Émile, um ato que se seguiu ao funeral do menino. A relação próxima entre a família e o pároco deteriorou-se após o desaparecimento, resultando em tensões que culminaram com a exclusão do padre da vida familiar.