Irão condiciona regresso à AIEA à revisão de critérios
O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, condiciona a colaboração com a AIEA à mudança de critérios da agência nuclear, acusando-a de falta de imparcialidade.

O presidente do Irão, Masud Pezeshkian, afirmou que a retoma da colaboração com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) está dependente da correção dos critérios que esta utiliza. Em declarações divulgadas pela agência EFE, o líder iraniano sublinhou a alegada "duplicidade de critérios" da AIEA em relação à política nuclear do seu país.
Segundo um comunicado oficial, Pezeshkian comunicou essa posição ao presidente do Conselho Europeu, António Costa. O presidente iraniano criticou ainda que a AIEA não tenha conseguido manter a neutralidade, evidenciada nos relatórios sobre o programa nuclear iraniano, e acusou a agência da ONU de desinteresse perante os ataques israelitas e norte-americanos às suas infraestruturas nucleares.
Como resultado dessa insatisfação, o Parlamento iraniano aprovou uma lei que suspende a cooperação com a AIEA, o que foi ratificado pelo presidente do Irão. Após essa decisão, os inspetores da AIEA deixaram o país a 4 de julho, apenas dois dias após a legislação ter sido aprovada.
A tensão no Médio Oriente intensificou-se quando Israel iniciou uma ofensiva militar em 13 de junho, resultando numa guerra de 12 dias que culminou com um cessar-fogo mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante este conflito, as forças israelitas atacaram instalações nucleares iranianas e provocaram a morte de 11 cientistas. Os Estados Unidos também intervieram, realizando bombardeamentos a três instalações nucleares no Irão.
Embora inicialmente o Irão tenha minimizado os danos resultantes desses ataques, mais tarde o regime de Teerão reconheceu que as instalações nucleares sofreram "danos significativos".