Lavrov elogia compreensão crescente dos BRICS sobre a crise na Ucrânia
O chefe da diplomacia russa destacou a crescente percepção dos BRICS em relação às raízes do conflito na Ucrânia durante cimeira no Brasil.

Na cimeira dos BRICS, que decorreu no Rio de Janeiro, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, expressou satisfação pela “crescente compreensão das causas fundamentais” da crise ucraniana entre os participantes. Durante a conferência de imprensa após o evento, Lavrov salientou que vários intervenientes abordaram a situação na Ucrânia de maneira objetiva, indicando um entendimento que está a evoluir.
Segundo o chefe da diplomacia russa, as raízes do conflito estão ligadas às "ameaças à segurança da Rússia" originadas nas ações do Ocidente ao longo dos anos. Ele mencionou especificamente a expansão da NATO para leste, que visa incorporar a Ucrânia e posicionar forças militares junto às fronteiras russas.
Numa declaração conjunta, os BRICS condenaram com veemência os ataques a infraestruturas civis na Rússia, embora não tenham mencionado diretamente a Ucrânia. O documento fez alusão ao conflito que teve início com a invasão russa em fevereiro de 2022, mas não identificou a Rússia como o agressor.
A cimeira abordou também temas como a reforma das instituições internacionais, a promoção do multilateralismo, e ações para combater a fome e a pobreza, sempre focando no desenvolvimento sustentável.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que preside atualmente o bloco, teve que lidar com a ausência do presidente chinês, Xi Jinping, e do líder russo, Vladimir Putin, que participou por videoconferência devido a um mandado de detenção internacional por alegados crimes de guerra.
A Ucrânia, desde o início da invasão russa, tem recebido suporte militar e financeiro dos seus aliados ocidentais, que também impuseram sanções à economia russa para limitar a capacidade de Moscovo de sustentar o conflito.
O grupo BRICS, formado em 2009 e que inclui atualmente 11 estados associados, representa mais de 40% da população mundial e cerca de 35% do PIB global, destacando-se como uma plataforma importante no cenário internacional.