Ramaphosa critica postura retaliatória de Trump em relação aos BRICS
O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, considerou triste a intenção de Trump de retaliar as ações dos BRICS, enfatizando a importância da cooperação internacional.

Hoje, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, expressou a sua desapontamento ao comentar sobre as recentes ameaças tarifárias feitas por Donald Trump contra os países que integram o bloco dos BRICS, destacando a busca por uma maior colaboração global entre economias emergentes.
Durante uma conferência de imprensa no Rio de Janeiro, onde decorreu a 17.ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo dos BRICS, Ramaphosa afirmou que a emergência de múltiplos centros de poder deve ser encarada de maneira positiva, conforme mencionado na declaração final da cimeira. "É fundamental ver esses desenvolvimentos como uma melhoria na forma como o mundo é governado e nas políticas que ajudam o progresso da humanidade", declarou.
As palavras de Ramaphosa surgem em resposta às afirmações de Trump, que indicou a possibilidade de uma tarifa adicional de 10% a países associados ao BRICS. O líder sul-africano fez questão de esclarecer que o grupo não tem como objetivo competir com outras potências globais, reconhecendo a importância de instituições como as Nações Unidas e o G20 como complementares neste contexto.
"É realmente dececionante que, em vez de se celebrar a nossa colaboração, haja quem opte por ver isso de forma negativa e busque punir os que se juntam a esta iniciativa", comentou Ramaphosa. O Presidente sublinhou a importância do respeito pela soberania dos países e alertou contra a vingança contra aqueles que promovem a cooperação para o bem comum.
O primeiro dia da cimeira culminou com uma declaração abordando temas cruciais como a guerra comercial dos EUA, a escalada de tensão no Médio Oriente e a necessidade urgente de reformar instituições como a ONU, o Banco Mundial, e o Fundo Monetário Internacional. A declaração expressou preocupações sobre o aumento de medidas tarifárias unilaterais que distorcem o comércio, sem, no entanto, referir diretamente Trump ou os EUA.
A cimeira, que se realizou no Museu de Arte Moderna do Rio, foi marcada pela ausência dos líderes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, que participaram por via virtual. Desde 2023, o bloco dos BRICS, que inicialmente incluía apenas o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul, passou a contar com seis novos membros: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia.