Liberdade de Expressão em Debate na AR: A Defesa de Joana Marques

Durante o período de declarações políticas na Assembleia da República, Mário Amorim Lopes, deputado da Iniciativa Liberal (IL), trouxe à discussão o controverso caso que envolve a comediante Joana Marques e o grupo musical Anjos. Com uma comunicação fervorosa, o deputado refutou a ideia de uma sociedade que penaliza a sátira, afirmando que “a liberdade de expressão não é um favor concedido aos que dizem o que queremos ouvir”.

Amorim Lopes salientou a importância da liberdade de expressão como um direito fundamental, essencial para o livre pensamento. “Estar do lado do consenso é fácil”, disse, ressaltando que a verdadeira liberdade de expressão protege todos, não apenas os que seguem a linha do que é socialmente aceite.

No tocante ao caso específico de Joana Marques, o deputado sublinhou que a luta da comediante representa um enjeito mais amplo que afecta toda a sociedade. “Defendendo-se, a Joana defende-nos a todos. Esta pequena grande mulher luta pela liberdade de rir e criticar”, afirmou, apelando à proteção da sátira e da liberdade criativa.

Mário Amorim Lopes concluiu com um alerta, pedindo que, se algum dia a sátira for considerada crime, ele próprio também deverá ser punido, destacando a importância da liberdade de expressão como um tema que nunca perde a sua relevância.

Após a intervenção, Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, criticou a prematuridade da discussão sobre um caso judicial ainda em aberto, insinuando que a IL procura atenção mediática. Em resposta às críticas, Amorim Lopes defendeu que a Assembleia não é um tribunal, mas um espaço essencial para discutir valores democráticos.

Por sua vez, o deputado do PSD, João Antunes dos Santos, apelou à prudência da IL, lembrando que a separação de poderes é um princípio fundamental em Portugal e que a discussão sobre liberdade de expressão deve ser feita com responsabilidade e não de forma oportunista.