Lisboa acolhe manifestação por paz em Gaza e reconhecimento da Palestina
Hoje, centenas de manifestantes uniram-se em Lisboa, exigindo um cessar-fogo em Gaza e o reconhecimento do Estado da Palestina por parte de Portugal, com dúvidas sobre o encontro Trump-Netanyahu.

Centenas de pessoas marcaram presença nas ruas de Lisboa para exigir um cessar-fogo na Faixa de Gaza e o reconhecimento do Estado da Palestina por parte da sociedade portuguesa. O protesto, intitulado "Paz no Médio Oriente! Fim ao Genocídio!", teve início no Largo Camões e prosseguiu até à Ribeira das Naus, onde os manifestantes expressaram a sua solidariedade.
Entre os presentes estava Maria do Ceú Guitart, de 66 anos, presidente da associação "Meninos de Oiro", que partilhou o seu desencanto em relação ao encontro agendado entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. "Não tenho esperanças [nesse encontro]", disse, sublinhando que a mudança deve vir do povo.
Bruna Drummond, outra participante, reforçou a ideia de que os EUA são "cúmplices" do que se passa na Palestina e apelou a uma intervenção da comunidade internacional para exigir um cessar-fogo e um embargo de armas.
A organização do protesto, que incluiu o Conselho Português para a Paz e a Cooperação, CGTP-IN e outros grupos, partilha do ceticismo em relação ao impacto do encontro entre Trump e Netanyahu. Como afirmou João Coelho, membro da CGTP-IN, "a expectativa é só de aumentar a violência".
A manifestação contou com a presença de 400 a 500 pessoas de todas as idades, incluindo jovens e famílias. Um dos jovens, João, de 14 anos, afirmou que "a voz faz-se nas ruas" e que todos deveriam unir-se à causa da Palestina.
Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, também se associou ao movimento, criticando o governo português por não ter ainda reconhecido o Estado da Palestina.
O conflito em Gaza, que teve início com os ataques do Hamas em outubro de 2023, já causou milhares de vítimas e destruição em larga escala. Uma nova manifestação está agendada para 11 de julho, em frente à Assembleia da República.