Economia

Momento Crítico para a Indústria das Telecomunicações em Europa

Alessandro Gropelli destaca a urgência de um novo paradigma nas telecomunicações e a importância de manter boas relações transatlânticas para o futuro da conectividade na Europa.

há 3 horas
Momento Crítico para a Indústria das Telecomunicações em Europa

Alessandro Gropelli, diretor-geral da Connect Europe, sublinha a atualidade como um "momento crítico" para as telecomunicações em entrevista à Lusa. Durante o 34.º congresso da APDC em Lisboa, ele destacou a necessidade urgente de uma evolução tanto nas mentalidades quanto nas tecnologias do setor.

Segundo Gropelli, a pressão geopolítica e a rápida evolução tecnológica exigem que a Europa mantenha a sua posição de liderança. "As redes estão a ser virtualizadas e transformadas em nuvem", disse. Ele alerta que, se não houver investimento suficiente, a Europa corre o risco de perder a sua capacidade de inovação e conectividade nos anos vindouros, tal como já ocorreu em décadas anteriores.

Durante o seu discurso, o responsável enfatizou a importância de alianças sólidas, especialmente com os EUA, sendo as empresas americanas fundamentais no apoio à construção de redes de comunicação. "Devemos esforçar-nos para manter boas relações políticas e empresariais", observou, referindo que Portugal está bem posicionado nesta dinâmica.

Quando questionado sobre as suas expectativas até ao final do ano, Gropelli manifestou o desejo de transformar a mentalidade do setor para uma de crescimento a longo prazo, tendo em mente as necessidades e desafios até 2030 e 2040. "Precisamos pensar no futuro", insistiu.

Além disso, o diretor-geral apontou a necessidade de escalas maiores nas telecomunicações europeias. Ele destacou que, com um mercado fragmentado, muitas operadoras pequenas enfrentam dificuldades para competir com gigantes globais da tecnologia. "A força das operadoras é crítica para a inovação e resiliência do setor", afirmou.

A recente interrupção de energia na Península Ibérica exemplificou essa necessidade de resiliência. Gropelli sublinhou que o investimento é imprescindível para que os operadores possam garantir serviços confiáveis em futuras situações críticas. "O desempenho das operadoras depende da resiliência que desenvolveram ao longo dos últimos anos", destacou.

Por último, o diretor-geral recordou que a questão do preço não deve ser o único foco, pois os cidadãos também se preocupam com a qualidade do emprego e com conexões seguras. "É vital ter serviços próprios na Europa, evitando depender completamente de soluções externas que podem ser instáveis", concluiu.

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