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Netanyahu propõe Trump para o Nobel da Paz em jantar histórico

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, indicou Donald Trump para o Prémio Nobel da Paz, elogiando o seu papel na restauração da paz no Médio Oriente.

08/07/2025 06:25
Netanyahu propõe Trump para o Nobel da Paz em jantar histórico

No decurso de um jantar que teve lugar na Casa Branca esta segunda-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, revelou que nomeou o então presidente norte-americano, Donald Trump, para o Prémio Nobel da Paz. Durante o evento, Netanyahu apresentou a carta de nomeação ao líder norte-americano, sublinhando a sua contribuição para a "restauração da paz" em várias regiões, especialmente no Médio Oriente.

Netanyahu, ao fazer este anúncio, descreveu a distinção como "bem merecida", numa cerimónia que contou com a presença de autoridades americanas, incluindo o enviado especial para o Médio Oriente, Steve Witkoff, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o secretário da Defesa, Pete Hegseth.

Trump, que se tem autodenominado um "artífice da paz", expressou surpresa ao receber a carta, comentando: "Vindo de si, isto é muito significativo", dirigindo-se a Netanyahu. O ex-presidente já havia manifestado anteriormente o desejo de ser agraciado com o Nobel da Paz, afirmando que merecia o prémio mais do que o seu antecessor Barack Obama, que o recebeu em 2009.

A nomeação de Trump não é inédita; já tinha sido proposta anteriormente. O governo paquistanês fez a sua recomendação em junho, em reconhecimento da trégua mediada entre a Índia e o Paquistão, seguida por uma indicação do congressista Buddy Carter a 24 de junho.

Segundo os regulamentos do Comité Nobel, as nomeações podem ser feitas por membros de parlamentos nacionais e governos de estados soberanos.

A visita de Netanyahu a Washington ocorre num momento em que as negociações para um cessar-fogo em Gaza estão a decorrer, em meio a bombardeios conjuntos de Israel e dos EUA sobre instalações nucleares iranianas.

Este jantar marca o terceiro encontro entre Trump e Netanyahu nos últimos meses. O ex-presidente pressionou Israel a alcançar uma trégua na Faixa de Gaza, que enfrenta uma grave crise humanitária. Novas negociações indiretas entre Israel e Hamas foram retomadas no Qatar, na esperança de estabelecer um cessar-fogo durante a semana.

Antes do jantar, Trump manifestou otimismo sobre a disposição do Hamas para aceitar um cessar-fogo, afirmando: "Querem uma reunião e querem este cessar-fogo. Acho que as coisas vão acalmar bastante no Médio Oriente". Esta proposta de cessar-fogo em discussão sugere uma pausa de 60 dias nos combates, onde o Hamas libertaria 10 reféns e 18 corpos, em troca de prisioneiros palestinianos. Durante este período, seria facilitada a ajuda humanitária e as negociações para um acordo duradouro continuariam.

A situação no terreno permanece delicada, com pontos de desacordo a envolver o término do conflito e a retirada de forças israelitas, além da rendição do Hamas. Desde o início do atual conflito, em outubro de 2023, após um ataque do Hamas a Israel que resultou em cerca de 1.200 mortos, Israel lançou uma vasta ofensiva na Faixa de Gaza, que causou já mais de 57 mil mortes e a devastação de infraestruturas cruciais.

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