Noruega investe na inclusão feminina em processos de paz em Moçambique
O governo norueguês anunciou um investimento de 2,3 milhões de dólares para promover a participação das mulheres na paz em zonas de conflito em Moçambique.

O Reino da Noruega anunciou um financiamento de 2,3 milhões de dólares (aproximadamente dois milhões de euros) destinado a potenciar a presença das mulheres nos processos de paz em Moçambique, particularmente nas regiões mais afetadas por conflitos.
Sissel Idland, ministra conselheira da Noruega em Moçambique, comentou durante a assinatura de um memorando com a Organização das Nações Unidas para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), que este projeto procura não apenas ajudar as mulheres a ultrapassar crises, mas também capacitá-las a liderar a reconstrução de suas comunidades.
Intitulado "Ela Lidera a Paz", o programa será levado a cabo em 14 distritos em províncias como Cabo Delgado e Nampula, no norte, e Manica e Sofala, na região centro do país.
A iniciativa, que se desenvolverá ao longo dos próximos dois anos, tem como meta envolver mulheres e raparigas que vivem situações de conflito nos processos de paz e recuperação, beneficiando diretamente cerca de 11 mil pessoas, enquanto 60 mil poderão ser impactadas indiretamente.
Segundo um comunicado apresentado durante o evento, o projeto irá colaborar estreitamente com líderes locais e instituições governamentais para desafiar normas de género, assegurando que as vozes femininas sejam ouvidas nas decisões que as afetam.
"Ela Lidera a Paz" inclui a promoção de formações em liderança e advocacy, acesso a serviços jurídicos e apoio psicológico, além da capacitação para criação de pequenas empresas.
A Noruega e a ONU Mulheres salientam a importância da participação feminina para a construção de uma paz mais duradoura, considerando que a liderança e a resiliência das mulheres moçambicanas são fundamentais num contexto marcado por conflitos persistentes. "Em todo o país, as mulheres estão na linha da frente da resolução de conflitos e na construção de comunidades mais resilientes," afirma o documento, que conclui que a iniciativa traz uma "esperança genuína para um futuro marcado pela paz, inclusão e equidade" em Moçambique.