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Pequim responsabiliza Washington por ciberespionagem dirigida a empresas de defesa

As autoridades chinesas denunciam que os EUA intensificaram ataques cibernéticos a instituições tecnológicas e de defesa, revelando casos concretos de intrusão.

01/08/2025 07:00
Pequim responsabiliza Washington por ciberespionagem dirigida a empresas de defesa

Na passada sexta-feira, o Centro Nacional de Resposta a Emergências de Internet da China (CNCERT) divulgou um comunicado acusando as agências norte-americanas de informação de terem aumentado as suas operações de ciberespionagem nos últimos anos, com foco em instituições e empresas ligadas ao sector da alta tecnologia, especialmente na defesa.

O CNCERT destacou que vários ataques visaram universidades, institutos de investigação e entidades do complexo militar-industrial chinês, tendo como principal objetivo a obtenção de informações sensíveis sobre o design, desenvolvimento e produção de tecnologia militar.

Entre os exemplos citados, o primeiro refere-se a um ataque que decorreu entre julho de 2022 e julho de 2023, perpetrado por um grupo supostamente afiliado a serviços de informação dos EUA. Este grupo explorou uma vulnerabilidade não divulgada no sistema de correio eletrónico Microsoft Exchange, conseguindo assim invadir a rede interna de uma empresa do sector da defesa. Os atacantes teriam tomado controlo de mais de cinquenta dispositivos essenciais e implementado ferramentas para assegurar o acesso a longo prazo, utilizando canais de comunicação encriptados. Além disso, uma rede de servidores de passagem localizados na Alemanha, Finlândia, Coreia do Sul e Singapura foi aproveitada para facilitar as operações.

O segundo caso, reportado entre julho e novembro de 2024, teria como alvo uma empresa chinesa do sector das telecomunicações. Neste incidente, os cibercriminosos exploraram vulnerabilidades no sistema de ficheiros eletrônicos para instalar portas traseiras, o que resultou na infecção de mais de 300 dispositivos com programas maliciosos.

Ainda segundo o CNCERT, foram registados em 2024 mais de 600 incidentes atribuídos a grupos de ameaças persistentes avançadas (APT) de Estados estrangeiros contra entidades consideradas "estratégicas" na China, com o sector da defesa a ser o mais impactado.

Este pronunciamento ocorre num cenário de acentuada deterioração nas relações entre a China e os Estados Unidos, onde ambas as potências têm trocado acusações sobre ciberataques nos últimos anos.

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