"PS alerta para questões essenciais negligenciadas pela política"
O secretário-geral do PS criticou o Governo por distrair a atenção pública com manobras legislativas em vez de abordar temas prioritários como saúde e habitação.

José Luís Carneiro, secretário-geral do PS, expressou a sua preocupação relativamente a assuntos fundamentais que não estão a ser devidamente tratados na agenda política do país. Durante a apresentação da candidatura do PS à Câmara da Figueira da Foz, liderada por João Paulo Rodrigues, Carneiro afirmou: "Existem matérias vitais para a vida dos cidadãos que estão a ser ignoradas e, na minha opinião, as ações do Governo prejudicam o adequado funcionamento das instituições".
Questionado sobre a colaboração entre o Chega e o Governo da AD em relação à lei da nacionalidade, o líder socialista enfatizou que muitas dessas manobras servem para "distraír a atenção das pessoas do que realmente importa".
Carneiro destacou a urgência de vários temas na agenda política, incluindo a saúde, que requer uma resposta estruturada e eficaz por parte do Estado, especialmente no distrito de Setúbal, que abriga mais de 800 mil pessoas sem um plano concreto para emergências hospitalares.
Ele insistiu que, além da saúde, a habitação e o crescimento económico devem ser prioridades, questionando de onde virão os recursos após o Governo se comprometer com investimentos significativos em defesa. "Onde é que vamos buscar esses recursos? Qual é a estratégia para a sua aplicação?", questionou o responsável do PS.
Embora reconheça que as legislações sobre nacionalidade e imigração necessitem de melhorias, Carneiro defendeu que estas devem ser feitas com cautela, respeitando os valores constitucionais. O secretário-geral do PS criticou o Governo por forçar uma votação de urgência sem a consulta necessária, o que, segundo ele, configura um "grave atropelo da legalidade" na democracia.
Por fim, o líder socialista expressou esperança de que o Governo cumpra as promessas feitas aos cidadãos e não se deixe levar por interesses que procuram dominar a agenda política do país. O presidente do Chega confirmou um "princípio de acordo" com a AD para alterar a lei da nacionalidade, referindo compromissos para bloquear audiências solicitadas pela esquerda.
Carneiro reafirmou a importância de que o Estado português "assegure uma migração segura e regulada", sublinhando que a forma como o debate está a ser conduzido pelo Governo visa desviar o foco, misturando questões de nacionalidade, migração e segurança.