"PSD convida PS a unir esforços na revisão da lei da nacionalidade"
Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, apela ao PS para colaborar na criação de consensos na revisão da lei da nacionalidade, enfatizando a importância de diálogo entre todos os partidos.

No decurso de uma visita ao futuro hospital Central do Alentejo, em Évora, Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, reiterou a importância do diálogo e da construção de pontes com todos os partidos. O seu apelo surgiu em resposta ao desafio colocado pelo secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, ao primeiro-ministro para estabelecer um "Acordo Estratégico para um Plano de Desenvolvimento Nacional e de Capacitação da Defesa", com um prazo de três meses.
Soares destacou que a responsabilidade de resposta deve caber ao primeiro-ministro, mas recordou que Luís Montenegro já se reuniu com os líderes do PS e do Chega sobre o tema. "Gostaria que o PS, enquanto partido histórico e fundador da democracia, não se limitasse a assumir compromissos em áreas consensuais. Precisamos da sua colaboração em questões que requerem transformação e que mexem com interesses instalados, como a alteração à lei da nacionalidade", afirmou.
Questionado sobre se existe um "princípio de acordo" com o Governo, como insinuado por André Ventura, líder do Chega, o responsável do PSD prometeu voltar a este assunto durante as jornadas parlamentares, que começam à tarde. "O nosso compromisso é dialogar e construir pontes com todos os partidos que têm representação parlamentar", reiterou.
Recentemente, André Ventura referiu a existência de um entendimento com a Aliança Democrática (coligação PSD/CDS-PP) sobre linhas orientadoras para modificar a lei da nacionalidade, reconhecendo que houve um compromisso para bloquear várias audições solicitadas pela esquerda.
A Comissão de Assuntos Constitucionais aprovou, na sexta-feira, alterações à lei de estrangeiros, apesar do voto contra da esquerda, que levantou questões sobre a falta de pareceres obrigatórios. As propostas do Governo, juntamente com algumas alterações do Chega, abrangem temas como reagrupamento familiar e tempos de permanência legal em território nacional, tendo recebido apoio da direita parlamentar.
Uma nova Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras foi também aprovada, com votos a favor do PSD, Chega, Iniciativa Liberal e CDS, tendo a esquerda optado pela abstenção. Apesar da aprovação, a votação foi atrasada devido a desavenças políticas entre o Chega e o PSD sobre a eventual atribuição de um suplemento aos agentes da nova unidade.