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"Putin critica globalização liberal em cimeira dos BRICS"

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que a globalização liberal está ultrapassada, destacando a importância crescente dos BRICS na economia mundial durante a cimeira em curso no Brasil.

06/07/2025 17:15
"Putin critica globalização liberal em cimeira dos BRICS"

O líder russo, Vladimir Putin, fez uma declaração contundente na cimeira dos BRICS, realizada por videoconferência, onde argumentou que o modelo de globalização liberal “se tornou obsoleto”. Ele enfatizou que a mudança na ordem económica global é cada vez mais evidente.

Putin observou que o foco das atividades empresariais está a migrar para mercados em desenvolvimento, promovendo um significativo crescimento econômico, particularmente nos países que integram o grupo BRICS.

Os BRICS, que abrangem um terço da superfície do planeta e quase metade da população global, são responsáveis por cerca de 40% da economia mundial. O PIB total dos BRICS, com base na paridade do poder de compra, chegou a 77 biliões de dólares, superando amplamente o G7, que se cifra em 57 biliões, de acordo com dados do FMI.

Além disso, ressaltou que 90% das transações comerciais entre a Rússia e os demais países do BRICS são realizadas em moedas nacionais. Putin também expressou a sua satisfação pela parceria com o Brasil na criação de uma bolsa de cereais, dado que os BRICS constituem 44% da produção mundial de cereais.

No Rio de Janeiro, o presidente brasileiro, Lula da Silva, deu as boas-vindas aos líderes dos BRICS para a cimeira, que contou com algumas ausências notáveis, incluindo a de Putin, que foi substituído pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov. O líder russo não compareceu em virtude de um mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional por alegações de crimes relacionados à guerra na Ucrânia.

Outro destaque da cimeira foi a ausência do presidente chinês, Xi Jinping, que é tradicionalmente um participante ativo, sendo representado pelo primeiro-ministro Li Qiang.

Durante os trabalhos, os líderes dos BRICS irão participar em duas sessões plenárias. A primeira discutirá “Paz e Segurança e Reforma da Governança Global”, enquanto a segunda abordará o Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Económico-Financeiros e Inteligência Artificial. Neste contexto, espera-se que a revisão das participações no Banco Mundial, a reestruturação de quotas no FMI e a reforma do Conselho de Segurança da ONU sejam temas centrais.

Estão também agendadas discussões sobre a escalada das medidas protecionistas injustificadas, fazendo referência às políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e um apelo para o aumento do uso de moedas locais no comércio intra-BRICS.

O último dia de cimeira contará com uma sessão dedicada ao “Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global”. O grupo dos BRICS, que inicialmente incluiu Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, expandiu-se no último ano para incluir mais seis novos membros: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia. Membros associados incluem Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietname.

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