Seis detidos em investigação de corrupção envolvendo universidades e entidades públicas
A Polícia Judiciária deteve seis indivíduos em uma operação que expõe um esquema fraudulento que afeta universidades, o INEM e o Banco de Portugal, envolvendo contratos de sistemas informáticos.

A Polícia Judiciária (PJ) efetuou, esta terça-feira, a detenção de seis pessoas no âmbito de uma investigação sobre um suposto esquema de corrupção que afetou diversas instituições de ensino superior, o INEM e até o Banco de Portugal.
Entre os alvos da operação estão a Universidade do Porto e a Universidade de Coimbra, que foram surpreendidas com buscas realizadas por inspetores da PJ. As autoridades investigam a possível utilização indevida de fundos comunitários relacionados com a aquisição de sistemas informáticos.
A Universidade do Porto confirmou a presença das autoridades, esclarecendo que se trata de um caso de "cartelização na aquisição de material informático" do qual é vítima. A instituição reiterou a sua disposição em colaborar completamente com a investigação e, se necessário, constituir-se como assistente.
O INEM também foi alvo destas buscas, sendo que a sede em Lisboa foi inspecionada em busca de provas sobre a destinação de fundos. O Instituto informou que está a cooperar com as autoridades e a fornecer toda a informação requerida.
Segundo a PJ, os detidos incluem um administrador e três funcionários de uma empresa tecnológica, bem como um funcionário de uma concessionária e um funcionário público. Eles são acusados de fazer parte de um "esquema criminoso organizado" que visava obter informações privilegiadas em contratos públicos. As acusações incluem fraude na obtenção de subsídio, corrupção em várias formas e abuso de poder.
Este esquema poderá estar envolto em adjudicações que superam os 20 milhões de euros, com cerca de 4,6 milhões já arrestados pela PJ. A operação Nexus, que contou com a participação de cerca de 300 investigadores, resultou em 103 buscas em diversas localidades, abrangendo entidades públicas e privadas, desde universidades a unidades de saúde.
Os detidos serão levados ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto para a realização do primeiro interrogatório judicial e a eventual definição de medidas de coação.