Silêncio nas Conversas: Portugueses Apenas 2,5 Segundos Confortáveis
Um estudo revela que portugueses toleram apenas 2,5 segundos de silêncio em conversas, em contraste com outras culturas que se sentem à vontade durante até 10 segundos.

A investigadora Erin Meyer, autora do livro 'The Culture Map', partilhou hoje dados sobre a breve tolerância ao silêncio nas conversas entre os portugueses. Durante a sua apresentação na QSP Summit, realizada na Exponor, em Matosinhos, a académica destacou que, em média, os portugueses aceitam cerca de 2,5 segundos de pausa antes de se sentirem incómodos.
Meyer comparou a situação em Portugal com a de culturas como a chinesa, onde os indivíduos podem permanecer em silêncio por períodos que variam entre oito a dez segundos sem sentir que algo está errado.
A professora da INSEAD em Paris enfatizou como os silêncios nas conversas podem ser interpretados de maneiras diferentes consoante a cultura. Enquanto em algumas tradições, a falta de palavras pode denotar desagrado ou frustração, noutras é vista como uma virtude, sinalizando atenção e reflexão.
A investigação de Meyer revelou que países como Japão, Tailândia e Coreia do Sul são significativamente mais confortáveis com o silêncio, ao contrário de nações como Portugal, Itália e Estados Unidos, que estão na outra extremidade do espectro.
Na sua exposição, a especialista também abordou temas como a forma de dar feedback negativo em vários contextos de trabalho. Revelou que as culturas mais diretas, como a dos Países Baixos e Rússia, opõem-se a nações como Japão e Colômbia, onde a comunicação tende a ser mais sutis.
Sobre reuniões, destacou a importância do contexto; países como a China e Japão preferem explicações mais detalhadas sobre conclusões, enquanto culturas como a dos Estados Unidos valorizam comunicados mais diretos e simples.
A QSP Summit decorre até quinta-feira, com o lema 'The New Strategic Drivers', convidando os participantes a refletirem sobre os novos motores estratégicos que moldam as organizações contemporâneas, desde a cultura à tecnologia e comunicação.