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Sócrates critica Passos Coelho pela queda da PT e defende legado do seu Governo

No julgamento da Operação Marquês, José Sócrates rejeitou responsabilidades pela queda da PT e responsabilizou o Governo de Passos Coelho, defendendo a sua gestão como a que acabou com o monopólio da empresa.

há 7 horas
Sócrates critica Passos Coelho pela queda da PT e defende legado do seu Governo

O ex-primeiro-ministro José Sócrates, que começou hoje a ser ouvido no julgamento da Operação Marquês, defendeu a sua inocência em relação às acusações do Ministério Público (MP) de favorecer os interesses do ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, na Portugal Telecom (PT). Segundo Sócrates, foi o seu Governo que tomou as medidas necessárias para desmantelar o monopólio da PT, possibilitando a entrada de novos operadores no mercado.

Apresentando números à juíza Susana Seca, Sócrates argumentou que as decisões tomadas durante o seu mandato visavam a redução da quota de mercado da PT, destacando que contrariamente à gestão do Governo de Passos Coelho, que leva à desgraça da operadora, a sua administração não tinha investimento excessivo no BES.

"Se fosse eu a estar ao lado dos interesses da PT, não teria promovido a sua desnacionalização e a entrada de outros players no mercado, logo é mentira que eu tenha colaborado com acionistas da PT", afirmou.

O ex-primeiro-ministro responsabilizou o executivo de Passos Coelho pela gestão desastrosa da PT, sublinhando que os excedentes de tesouraria da empresa passaram a ser aplicados em títulos de dívida a partir de 2012, ano do início do Governo social-democrata. Ele classificou esta situação como uma "verdadeira tragédia" e frisou que a vigilância governamental era crucial na administração da empresa.

Na sua defesa, Sócrates reiterou que o seu Governo não tinha qualquer plano secreto para a venda da Vivo, classificando de "amalucadas" as acusações do MP sobre a história envolvendo a utilização da 'golden share'.

Por fim, o ex-primeiro-ministro fez questão de criticar o MP, afirmando que este processo representa uma abordagem inédita na história política portuguesa. O julgamento vai prosseguir e 53 sessões estão já agendadas até ao final do ano, com um total de 21 arguidos e mais de 650 testemunhas a serem convocadas.

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