Trabalhadores da Menzies em Greve até Segunda-feira em Luta por Direitos

Os trabalhadores da Menzies darão início a uma nova greve de quatro dias a partir de sexta-feira, marcando a segunda de cinco paralisações previstas para este verão, um período crucial para o turismo. A situação descontenta tem gerado uma troca de acusações entre a administração da empresa e os sindicatos, que afirmam que a Menzies se recusa a negociar.

“Esta greve é uma resposta à intransigência da administração da Menzies, liderada pelo vice-presidente Rui Gomes, que adotou uma postura confrontacional em vez de procurar um entendimento”, afirmou o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) em comunicado.

O sindicato critica a Menzies e a TAP por ignorarem os seus trabalhadores e clientes durante um período crítico, considerando a sua atitude como arrogante e irresponsável. “Face a problemas laborais persistentes e a reivindicações legítimas, a resposta foi clara: não houve negociação”, sublinhou.

Por outro lado, a Menzies rebateu essas afirmações, lamentando que os sindicatos insistam em uma narrativa distorcida que, segundo eles, carece de fundamento. "É triste que uma greve tenha sido convocada com base em alegações falsas, e apelamos ao diálogo construtivo para mitigar as interrupções aos passageiros”, enfatizou a empresa.

A greve foi convocada pelo SIMA e pelo Sindicato dos Transportes e visa reivindicar salários mais altos, cumprimento das condições laborais e pagamento de horas noturnas. O período de paralisação terá início à raiz de sexta-feira e estender-se-á até às 24h de segunda-feira.

Além disso, o SIMA informou que o Ministério das Infraestruturas estava a considerar uma proposta entregue pelo sindicato para possibilitar a desconvocação da greve. Contudo, até ao momento, não houve resposta.

A primeira greve em julho resultou no cancelamento de numerosos voos no aeroporto de Lisboa, gerando atrasos significativos. O porta-voz do SIMA, André Silva, prevê que a próxima greve terá um impacto semelhante, mas a extensão disso só será evidente durante os dias da paralisação.

A Menzies declarou que os serviços mínimos estabelecidos são insuficientes e que foram implementados planos de contingência, assegurando respeito pelos direitos dos trabalhadores. Também se soube que o SIMA apresentou queixas-crime ao Ministério Público, apontando infrações laborais por parte da administração da Menzies e da TAP.

Estão programadas novas greves até o final de agosto, a ocorrer em várias datas até ao início de setembro, onde os trabalhadores esperam que suas vozes sejam finalmente ouvidas.