Tragédia em Gaza: 73 palestinianos perdem a vida à espera de assistência

Tragédia a abater-se sobre Gaza, onde pelo menos 73 palestinianos perderam a vida durante uma busca desesperada por ajuda humanitária, conforme relatórios do ministério da Saúde palestiniano. A maior parte destes óbitos ocorreu no norte do território, especificamente na passagem de Zikim, onde 67 pessoas foram atingidas enquanto tentavam receber assistência.

Além destes, outras sete vítimas foram mortas em Khan Younis, incluindo uma criança de cinco anos, com dados fornecidos pelo Hospital de Campanha Especializado do Kuwait.

Ainda não está claro se os disparos que causaram essas mortes foram efectuados pelas tropas israelitas, por grupos armados ou por ambos. Algumas testemunhas indicam que os soldados israelitas abriram fogo contra a multidão.

O exército israelita, por sua vez, reconheceu que efectuou "disparos de advertência" em resposta a milhares de palestinianos que se concentravam no norte de Gaza à espera de ajuda. "Um grande número de residentes foi identificado no norte da Faixa de Gaza, e os soldados dispararam tirando em consideração uma ameaça imediata", afirmou um comunicado militar sobre os acontecimentos junto ao posto militar de Zikim, na região de Beit Lahia.

O exército israelita também confirmou esforços para facilitar a entrada de ajuda humanitária, responsabilizando os militantes do Hamas pelo agravamento da situação que coloca os civis em risco.

Nesta situação crítica, novos avisos de evacuação foram divulgados para áreas centrais de Gaza, cortando o acesso entre Deir al-Balah e as cidades de Rafah e Khan Younis, complicando ainda mais a assistência humanitária na região.

De acordo com um funcionário da ONU que preferiu o anonimato, as Nações Unidas estão em contacto com as autoridades israelitas para esclarecer a situação relativa a instalações da ONU em Deir al-Balah no âmbito das ordens de evacuação.

O anúncio ocorre enquanto continuam as negociações de cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Catar, embora mediadores internacionais relatem uma falta de progresso.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tem reiterado que a intensificação das operações militares em Gaza poderá forçar o Hamas a voltar à mesa de negociações, mas as discussões estão estagnadas há meses. O exército israelita declarou, ainda, que controla mais de 65% da Faixa de Gaza.