Tragédia no Iraque: Doze soldados turcos sucumbem a gás metano durante operação
Uma missão militar no norte do Iraque resultou na morte de doze soldados turcos, expostos a vapores de gás metano. O incidente levanta novas preocupações sobre o PKK e o processo de paz.

No norte do Iraque, doze soldados das forças armadas turcas perderam a vida após serem expostos a vapores de gás metano durante uma operação militar. O anúncio foi feito esta manhã pelo Ministério da Defesa da Turquia, que descreveu a missão como uma "operação de busca e localização numa gruta utilizada por membros" do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
O ministro da Defesa, Yasar Guler, visitou o local do incidente para prestar homenagem aos soldados falecidos, segundo informações da agência de notícias France-Presse (AFP).
Na operação, os soldados estavam à procura do corpo de um militar que havia sido morto na região em maio de 2022, durante uma ofensiva contra combatentes do PKK.
Este trágico evento ocorre numa fase crítica, uma vez que o PKK, que tem estado em conflito armado com o governo turco há mais de 40 anos, anunciou a realização da sua primeira cerimónia de entrega de armas, marcada para esta semana no Curdistão iraquiano.
Além disso, uma delegação do partido turco pró-curdo DEM visitou no último domingo Abdullah Ocalan, líder histórico do PKK, que se encontra encarcerado. É a primeira vez que Ocalan expressa condolências pela morte dos soldados, um gesto que surpreendeu muitos.
Representantes do DEM afirmaram: "Este incidente causou uma profunda tristeza a Abdullah Ocalan e a todos nós". A delegação tem agendada uma reunião com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, às 15:00 locais (13:00 em Lisboa).
Erdogan manifestou-se sobre o processo de paz com os curdos, sublinhando que este depende da deposição das armas pelo PKK. "O processo irá acelerar um pouco mais quando a organização terrorista começar a cumprir a promessa de depor as armas", afirmou o presidente turco.
É relevante lembrar que tanto a Turquia como os Estados Unidos e a União Europeia classificam o PKK como uma organização terrorista. O PKK anunciou a dissolução em 12 de maio, resultado de mais de quatro décadas de violência que causou a morte de pelo menos 40.000 pessoas, em resposta ao apelo de Ocalan, preso desde 1999.