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Transporte terrestre é a melhor opção quando helicópteros demoram, alerta SPEPH

A Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar defende que a ambulância é a alternativa mais segura quando o socorro aéreo não chega a tempo.

há 5 horas
Transporte terrestre é a melhor opção quando helicópteros demoram, alerta SPEPH

A Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar (SPEPH) lançou um alerta esta manhã, afirmando que é "clinicamente mais adequado" optar pelo transporte de um paciente por ambulância quando o tempo de resposta aérea excede o tempo previsto para o transporte terrestre.

No comunicado, a SPEPH explicou que, em situações em que o tempo total da resposta aérea se prolonga, é prioritário garantir a assistência célere e eficaz ao doente. O alerta surge na sequência do caso de um paciente de 49 anos, com traumatismo craniano, que foi transferido de helicóptero da Covilhã para os Hospitais da Universidade de Coimbra, um processo que se arrastou por mais de cinco horas.

A SPEPH sublinhou que a escolha entre transporte aéreo ou terrestre deve ser baseada em critérios técnicos que assegurem a melhor hipótese de sobrevivência e recuperação. "É crucial que a estabilização e a transferência para a unidade hospitalar adequada sejam feitas com a máxima rapidez", referiu a organização.

Vários fatores devem ser considerados, como as condições meteorológicas, o tempo estimado para a chegada do helicóptero, e a duração do voo até ao local da emergência. No caso do doente mencionado, a avaliação do tempo de espera e do acompanhamento médico foi posta em causa.

O Ministério da Saúde, em resposta à agência Lusa, afirmou que qualquer esclarecimento sobre este incidente deverá ser dirigido ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Álvaro Almeida, também esclareceu que as transferências hospitalares não são geridas diretamente pela sua direção.

O presidente do sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar, Rui Lázaro, enfatizou a responsabilidade do Governo e do INEM na situação, criticando a falta de diligência na contratação do serviço aéreo de emergência médica, que só foi adjudicado no final de março. Lázaro defende que os meios aéreos da Força Aérea deviam ser realocados para áreas do interior, onde são mais necessários.

Desde 1 de outubro, a Força Aérea tem à disposição quatro helicópteros operacionais para transporte médico, mas apenas um está apto para voos noturnos, numa operação temporária até a nova empresa contratada estar totalmente operacional. Paralelamente, a Gulf Med está a operar dois helicópteros Airbus, que estão disponíveis durante o dia nas bases de Macedo de Cavaleiros e de Loulé, até que o contrato entre em vigor completamente.

O ministro da Defesa, Nuno Melo, confirmou que os helicópteros da Força Aérea estão posicionados em várias localidades, incluindo Beja, Montijo e Ovar, prontos para servir o INEM.

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