Turquia critica Israel por justificar ataques na Síria com questões drusas
O Presidente turco acusou Israel de utilizar a comunidade drusa como pretexto para empreender ações ilegais na Síria, onde o conflito continua a agravar-se.

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, manifestou hoje a sua indignação, acusando Israel de utilizar a comunidade drusa como "pretexto para uma ação ilegal" na Síria. Segundo Erdogan, "Israel, usando os drusos como desculpa, estende há dois dias uma operação ilegal ao território sírio", sublinhando que "o problema primordial na região é a agressão israelita".
A ofensiva israelita na Síria teve como alvos a cidade de Sweida, localizada no sul do país, e a capital, Damasco. As forças israelitas justificaram a sua intervenção como uma ação de defesa em favor dos drusos.
Os ataques em Damasco incluíram um bombardeio ao quartel-general do exército sírio, bem como a um local nas proximidades do palácio presidencial. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) relatou igualmente pelo menos dois ataques aéreos israelitas em Sweida, território maioritariamente druso.
No início desta semana, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que não permitiria que a Síria se tornasse um "segundo Líbano", coincidentemente após os primeiros ataques em Sweida, onde têm ocorrido confrontos entre beduínos, drusos e forças de segurança sírias desde o início do conflito.
Na quarta-feira, foi estabelecido um cessar-fogo em Sweida, resultando na retirada das forças governamentais da área. Em declarações recentes, Netanyahu enfatizou que a paz no sul da Síria foi conseguida através da força, afirmando que "alcançámos a paz pela força, a tranquilidade pela força, a segurança pela força, em sete frentes". O chefe do governo israelita reafirmou que não permitirá a presença de tropas do novo regime sírio na região sul de Damasco.
Segundo o OSDH, desde o início dos conflitos, no domingo passado, contabilizaram-se 516 mortes.